Para entender como cada tipo funciona e como eles diferem, é importante entender como o ouvido funciona. Quando ouvimos, o som toma dois caminhos diferentes. Na condução aérea, o som entra através do canal auditivo, vibra o tímpano e os ossículos. Em seguida, o som viaja através do ouvido interno, vibrando o líquido e os cílios da cóclea e, em seguida, atinge o cérebro através do nervo auditivo. Na condução óssea, o som vibra o crânio e estimula a cóclea diretamente, sem passar pelo tímpano e pelos ossículos. (figura 1)
IMPLANTE COCLEAR
Os implantes cocleares são uma solução para pessoas cuja surdez se origina no ouvido interno, principalmente na cóclea. Essa alternativa geralmente é escolhida para pessoas que têm perda auditiva importante nos dois ouvidos e não se beneficiam de aparelhos auditivos.
Como funciona?
Durante uma cirurgia, um conjunto de eletrodos é implantado diretamente no ouvido interno, na cóclea. Outra parte do dispositivo, o receptor/estimulador, é colocada sob a pele atrás da orelha. Por fim, o processador está enganchado na parte externa da orelha.
O processador captura o som e o transmite para a antena, que por sua vez envia sinais para o receptor/estimulador. A partir daí, o som é transformado em impulsos elétricos e retransmitido para os eletrodos. Isso estimula a cóclea eletronicamente. (figura 2)
Para pessoas cuja perda auditiva é o resultado de dano ao nervo auditivo, um implante auditivo de tronco cerebral é mais útil. No entanto, este tipo de implante não é muito comum.
IMPLANTES DE CONDUÇÃO ÓSSEA
Os implantes ancorados nos ossos, são projetados principalmente para pessoas cuja surdez é causada por um problema no ouvido externo e/ou médio. Essas pessoas geralmente não podem usar aparelhos auditivos porque apresentam malformação do ouvido externo ou são suscetíveis a infecções repetidas.
Eles podem também ser oferecidos para pessoas que são totalmente surdas em apenas um ouvido, mas outras opções devem ser consideradas primeiro para esse tipo de perda auditiva.
Temos no mercado dois tipos principais: Baha e Ponto onde é implantando um pino de titânio no osso, e o Bonebridge onde é implantado uma unidade ativa abaixo da pele.
Como funciona?
No Baha e Ponto, um parafuso de titânio é colocado cirurgicamente no crânio atrás da orelha. Após um período de cicatrização para permitir a osseointegração (processo em que o parafuso se funde com o osso), um processador é colocado sobre o parafuso. Ele captura o som e o transmite para a cóclea, vibrando os ossos do crânio. (figura 3)
O sistema Bonebridge é composto de duas partes. O processador de áudio usado externamente capta os sons ao seu redor e os envia ao implante interno, situado imediatamente sob a pele atrás da orelha. Este implante interno funciona ativamente, vibrando o osso, estimulando diretamente a cóclea. (figura 4)
IMPLANTE DE ORELHA MÉDIA
Os implantes de orelha média são projetados para pessoas com perda auditiva neurossensorial (causada por problemas no ouvido interno) ou mista (causada por problemas no ouvido médio e interno) que não podem usar aparelhos auditivos externos.
Como funciona?
Um transdutor é colocado cirurgicamente nos ossículos ou na janela redonda do ouvido médio. A audição residual é, portanto, preservada. Durante a mesma cirurgia, uma antena é colocada sob a pele atrás da orelha, como em um implante coclear. O som é capturado pelo processador, transmitido à antena e enviado ao transdutor. O transdutor reproduz as vibrações, permitindo que as informações sejam enviadas para a cóclea.
Para receber um implante auditivo, você precisará atender a certos critérios audiológicos, médicos e psicológicos. (figura 5)
Quando os aparelhos auditivos não funcionam mais o suficiente ou são muito inconvenientes, pode ser hora de considerar os implantes auditivos. Existem quatro tipos principais de implantes auditivos: implantes cocleares, implante de condução óssea, implantes de orelha média e implantes auditivos de tronco cerebral.
Matéria por
Marcia Bongiovanni
Fonoaudiologia CRFA: 7399-PR | Londrina