Tontura, vertigem ou enjoo de movimento? Muitas pessoas não sabem se o sintoma sentido é tontura ou vertigem e acabam utilizando os termos como sinônimos, o que é incorreto.
Tontura – Pode ser definida como uma alteração no equilíbrio do corpo, ou seja, um problema que provoca instabilidade e a sensação de que pode ocorrer uma queda a qualquer momento. Ela pode ser classificada como rotatória (nesse caso, também pode ser chamada de vertigem) ou não rotatória. Normalmente a tontura está relacionada com a hipotensão (pressão arterial abaixo do normal) e com a hipoglicemia, desencadeada por períodos longos de jejum. Além disso, pode estar relacionada também com problemas no sistema vestibular, um conjunto de órgãos localizados no ouvido interno que é responsável pelo equilíbrio.
Vertigem – A vertigem é um tipo de tontura que se caracteriza pela ilusão de que o ambiente está se movendo ao seu redor. Esse tipo de desequilíbrio é mais intenso que a tontura simples e pode vir acompanhado de suor frio, náusea e vômitos. Estima-se que cerca de 5% a 10% da população mundial apresente esse problema, que é mais frequente em pessoas acima dos 75 anos de idade. A vertigem pode ser central, quando a lesão se encontra no núcleo vestibular ou nas demais projeções superiores, ou periférica, quando ocorre em decorrência de problemas nas estruturas labirínticas e no nervo vestibular. As vertigens periféricas são as mais comuns, e as centrais costumam ser mais graves. Entre as causas periféricas de vertigem, podemos citar problemas como: vertigem posicional paroxística benigna, vertigem por trauma craniano, doença de Ménière, vertigem medicamentosa, labirintite bacteriana e tumores. Já entre as causas centrais, pode-se citar a enxaqueca basilar, tumores, isquemia vertebro basilar, esclerose múltipla, acidente vascular de cerebelo ou tronco e crises epiléticas vestibulares.
Enjoo de movimento (cinetose) – A cinetose, também conhecida como enjoo de movimento ou mal do movimento, é uma afecção que se caracteriza por apresentar um quadro de náuseas, com presença ou ausência de vômito, que afeta certas pessoas quando se encontram em movimento dentro de qualquer meio de transporte, em consequência de uma perturbação do sistema vestibular que é responsável pelo equilíbrio. Essa doença afeta tanto crianças quanto adultos, porém é mais comumente observada em crianças do sexo feminino. Com a idade, essa condição pode ser minimizada ou desaparecer por completo. Destas as manifestações clínicas encontram-se náuseas, vômitos, cefaleia e/ou enxaqueca, palidez, sudorese, fadiga, dificuldade para ler ou assistir televisão, visão desfocada ou duplicada, problemas de memória e raciocínio lento.
Como avaliar as tonturas?
A vectonistagmografia é um dos exames mais solicitado para avaliar o sistema do equilíbrio, mas muitos pacientes temem-no. A má fama veio do fato de que ele pode desencadear tontura durante o exame, principalmente na etapa em que o ouvido é irrigado ou ventilado com água ou ar frio e quente (teste calórico). Este procedimento possibilita avaliar apenas um dos três canais.
Recentemente, um novo exame veio para melhorar a avaliação do labirinto, que é o v-HIT (vídeo-Head Impulse Test ou Teste do Impulso Cefálico por vídeo) é um exame moderno, inovador e é o primeiro exame a testar em separado cada um dos três canais semicirculares, por meio do uso de óculos especial que contêm um sistema de sensores e câmera que registram e analisam o movimento da cabeça e o movimento reflexo dos olhos do paciente. O grande diferencial do exame é ser bem tolerado (não dá tontura), inclusive, pode ser realizado até mesmo durante uma crise de tontura/vertigem
Para investigar a função do sáculo e do utrículo temos o VEMP (Potencial Evocado Miogênico Vestibular). Existe dois tipos, o VEMP-Cervical e VEMP-Ocular, o primeiro avalia o sáculo e o outro o utrículo. É um exame rápido, indolor, em que utiliza o som para estimular o labirinto. Também raramente irá desencadear tontura.
Assim, hoje em dia, conseguimos através de testes precisos, mais confortáveis e rápidos, avaliar todos os órgãos sensoriais do labirinto. Com isso temos como saber de forma mais precisa o local da lesão do labirinto, possibilitando um melhor diagnóstico e consequentemente um tratamento mais eficaz
Matéria por
Marcia Bongiovanni
Fonoaudiologia CRFA: 7399-PR | Londrina