Os exames eletrofisiológicos são testes objetivos, ou seja, que não dependem da resposta do paciente. Eles podem e devem ser utilizados em todas as faixas etárias do recém-nascido ao idoso, para avaliar as várias partes, funções e alterações do nosso sistema auditivo. Na rotina clínica, o exame mais utilizado e conhecido é o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico – PEATE ou BERA. Esse exame deve ser realizado no bebê, em casos onde há a presença de Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva (IRDAs) ou quando há falha no teste da orelhinha e/ou suspeita de deficiência auditiva. Também pode ser utilizado em conjunto com a audiometria tonal limiar, nos casos de crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem oral, auxiliando médicos e fonoaudiólogos em suas condutas profissionais. No adulto, o exame pode ser utilizado para diversas queixas e alterações, mas, principalmente, em casos de zumbido.
Recentemente, no Brasil, o PEATE/ BERA vem sendo realizado em alguns centros e universidades, também com estimulo de fala, o que torna o exame ainda mais complexo e sensível, principalmente para detectar alterações no processamento do som. Além do PEATE/BERA, há o Potencial Evocado Auditivo de Média Latência (PEAML) e o Potencial Evocado Auditivo de Longa Latência (PEALL ou P300). Ambos os exames avaliam as partes mais centrais da via auditiva, captando alterações até o córtex auditivo. Esses exames são muito importantes para auxiliar no diagnóstico do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC). O PEALL/P300 ainda pode ser utilizado para avaliar a maturação e desenvolvimento da via auditiva de crianças com atraso no desenvolvimento da linguagem oral.
Importante ressaltar que o diagnóstico de qualquer problema auditivo também deve ser precoce, principalmente a detecção da deficiência auditiva, que deve ser feito no bebê até os 6 meses de vida, para que a criança tenha acesso a reabilitação o quanto antes, e possa ter um desenvolvimento o mais normal possível. E os exames eletrofisiológicos devem fazer parte dessa avaliação.
Matéria por
Marcia Bongiovanni
Fonoaudiologia CRFA: 7399-PR | Londrina
ANDRESSA PELAQUIM
Fonoaudiologia CRFª. 2/3-19141 |