Depois da dor de cabeça, as tonturas são as queixas mais comuns nos consultórios médicos. Cerca de 85% das tonturas são de origem labiríntica. Pode se manifestar como sensação de flutuação, afundamento, oscilação, instabilidade, cabeça oca, cabeça pesada, atordoamento, impressão de desvio do corpo para um dos lados, impressão de queda. Entre os tipos mais comuns está a vertigem, caracterizada pela sensação de rotação.
A função do Labirinto
O labirinto, também conhecido como ouvido interno, reúne as funções da audição e do equilíbrio e serve para manter o equilíbrio do nosso corpo, juntamente com os olhos, as articulações, os tendões e os músculos. Essa complexa interação informa o cérebro se estamos parados, andando, caindo, girando, inclinando. Quando um ou mais sistemas enviam uma informação conflitante para o cérebro surge a desorientação e a tontura.
Quais exames avaliam o Labirinto?
• Audiometria tonal, vocal e imitanciometria: avalia a audição, pois o labirinto está intimamente ligado ao nosso sistema auditivo.
• Vectoeletronistagmografia (VENG) e a Videonistagmografia Infravermelha (VNG) são testes que avaliam indiretamente a função vestibular através da observação dos movimentos oculares, confirmam se o problema é ou não do labirinto, bem como o lado lesionado.
• Vídeo Frenzel: trata-se de um óculos com câmera infravermelha colocado sobre os olhos do paciente, capaz de registrar os movimentos dos olhos involuntários e rápidos durante a crise vertiginosa, principalmente quando o indivíduo muda a posição da cabeça.
• E o mais recente exame é o Potencial Evocado Miogênico Vestibular (VEMP) promissor para a avaliação do funcionamento labiríntico, é o único recurso existente para avaliar a função do sáculo e da divisão inferior do nervo vestibular (que compõem o labirinto).
Treinando o Labirinto
Nosso labirinto é treinável! Exercícios que desafiam o cérebro buscam alternativas para recuperar o equilíbrio corporal e melhorar a tontura, a esse treinamento foi dado o nome de Reabilitação Vestibular (RV) que deve ser aplicada de forma personalizada, para um bom resultado. Podem ser através de manobras ou exercícios que devem ser praticados regularmente e aos poucos.
No entanto, nem todas as doenças do labirinto podem ser tratadas por meio de RV. Portanto, é necessário a indicação do seu médico que possui conhecimento sobre a sua doença, depois a avaliação de um fonoaudiólogo e/ou fisioterapeuta com conhecimento em otoneurologia (área que estuda a audição e o equilíbrio).
Com o tratamento adequado: que pode ser medicamentoso, manobras, exercícios, dieta, alterações de hábitos, um número relevante de pacientes tem obtido melhora expressiva ou cura de seus distúrbios labirínticos. Muitos pacientes continuam com a tontura devido a um diagnóstico incorreto ou a um tratamento inadequado. Assim, o médico deve identificar a(s) causa(s) para orientar o melhor tratamento.
Matéria por
Marcia Bongiovanni
Fonoaudiologia CRFA: 7399-PR | Londrina