“Doutora, meus cabelos estão caindo o tempo todo, estou com falhas no meu cabelo, o que pode estar acontecendo?” Uma das queixas mais comuns que encontramos é a queda de cabelos.
Conforme explica a Dra. Lorena Dourado Alves, Dermatologista com Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Formação em Tricologia (ciência que estuda o cabelo) pela Faculdade de Medicina do ABC e pela USP, existem várias causas de queda de cabelo: “Ao passarmos por momentos de estresse intenso, perda de peso significativa, uso ou parada de algumas medicações, pós-parto e algumas doenças, podemos apresentar queda de cabelos ou intensificá-la, se já existia antes. É o que chamamos de Eflúvio Telógeno, que geralmente inicia-se de dois a cinco meses após o fator desencadeante, caracterizando-se por intensa queda de cabelo, que dura em média de um a seis meses. Na maioria dos casos, a queda de cabelo geralmente cessa com reposição total dos fios”.
O eflúvio telógeno não costuma evoluir com falhas no cabelo. “As falhas no cabelo que chamamos de “placas” podem ter causas variadas, sendo as mais comuns, a Tinea capitis, a alopecia areata e a tricotilomania.”, ensina a Dra. Lorena Dourado.
A Tinea capitis conhecida como “pelada ou impinge” é causada por um fungo no couro cabeludo que leva à quebra e à queda dos fios, gerando áreas de falhas. Podem ser uma ou várias áreas afetadas no couro cabeludo, geralmente tem coceira associada, e dependendo do tipo de fungo causa dor, utiliza-se um remédio diferente no tratamento. “O tratamento dura várias semanas e costuma ser feito com a associação de medicamentos via oral e de aplicação no couro cabeludo. Na maioria dos casos, após o tratamento, ocorre o nascimento completo dos fios de cabelo da pessoa afetada.”, orienta a Dra Lorena Dourado.
Uma outra causa de queda de cabelo, menos comum que o eflúvio mas também muito angustiante, é a Alopécia Areata. “A Alopécia Areata é uma doença autoimune, na qual o organismo da pessoa gera um processo inflamatório na base do pelo, o que leva à queda do cabelo. É uma inflamação que não chega a destruir o fio do cabelo, dessa forma, o cabelo pode voltar a nascer no local. Pode atingir apenas uma área do couro cabeludo, formando uma falha localizada, geralmente arredondada e sem nenhum fio no local. Mas, pode atingir outros pelos do corpo, como barba, sobrancelhas e pelos corporais e pode, em alguns casos, levar à perda de todos os pelos da cabeça ou do corpo. Em algumas pessoas, os cabelos voltam a nascer, mesmo sem tratamento, outras voltam apenas com o tratamento, e outras, o cabelo não volta a nascer. Em algumas pessoas, os pelos podem voltar a nascer brancos ou com alterações, ficando mais lisos ou mais crespos no local. Algumas pessoas têm um episódio na vida e não volta mais a ter, e outras, persistem com episódios durante toda a vida.” Explica a Dra Lorena Dourado.
A tricotilomania, segundo informa a Dra. Lorena Dourado é um tipo de “transtorno obsessivo compulsivo” em que a pessoa arranca os próprios cabelos. Pode ser de forma localizada ou espalhada no couro cabeludo, sobrancelhas ou qualquer outra área de pelos corporais. A pessoa arranca os cabelos, na maioria das vezes, como uma “mania”, um hábito que passa a ser frequente. É uma doença que geralmente é tratada com a associação de tratamentos realizados pelo dermatologista, pelo psicólogo e pelo psiquiatra.
Se perceber que seus cabelos estão caindo mais que o normal ou passando por alterações, como falhas localizadas, procure um dermatologista com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, para que ele te examine, faça seu diagnóstico e inicie, se necessário, seu tratamento. “O mais importante é fazer o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado o mais precocemente possível”, conclui a Dra. Lorena Dourado.
Matéria por
Lorena Dourado
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