A articulação temporomandibular (ATM) faz parte do sistema estomatognático, que é
um conjunto de estruturas que realizam trabalhos constantes, como fala, mastigação, o
bocejo, a deglutição e a respiração. Durante o dia, utilizamos a nossa ATM mais de 2000 vezes,
sendo uma das articulações mais utilizadas no corpo.
A Disfunção temporomandibular (DTM) é toda a desordem presente nessa articulação.
Seus principais sintomas são: dores na ATM, dores na face, dores de cabeça e dores no
pescoço; dor e zumbidos nos ouvidos; alterações e dificuldade nos movimentos de abertura e
fechamento da boca (muitas vezes com presença de ruídos); além de alterações posturais,
principalmente na região de cabeça, pescoço e tronco.
Um grande fator que causa a DTM é o stress. Que acomete hoje em dia, a maioria da
população adulta. A força exercida pela nossa musculatura na mandibula é muito grande
durante picos de tensão, podendo gerar as alterações citadas acima.
Além disso, ela pode se manifestar através de: Trauma (quedas, socos, acidentes);
Biomecânica (movimento e postura); Físicos: (Problemas reumatológicos, ortopédicos,
ortodônticos, neurológicos e auditivos.), Viscerais (Alterações digestivas, respiratórias, e
circulatórias.) Não é possível apontar uma causa específica para a DTM, por isso é necessário
realizar um diagnóstico preciso para que o tratamento tenha sucesso.
A fisioterapia tem mostrado um excelente resultado no tratamento da DTM. Através
de uma avaliação detalhada, é identificado as suas possíveis causas e consequências. Esta
avaliação contém questionários, testes clínicos e uma avaliação postural global e das cadeias
fisiológicas.
Através de estudos constatou-se que as interações de forças de todo o corpo passam
pelo crânio. Trajeto de músculos, nervos, vísceras e vasos sanguíneos o que pode
sobrecarregar diretamente ou indiretamente a ATM. O tratamento de terapia manual
estimulando as cadeias fisiológicas (Método de Busquet) nos âmbitos musculoesqueléticos,
viscerais, e craniano torna-se indispensável para o controle e evolução nos problemas da ATM.
O equilíbrio do sistema estomatognático através do controle neuromuscular contribui
para a harmonia do corpo como um todo. Exercícios específicos e eletroterapia também são
empregados em alguns casos, além de orientações para atividade de vida diária, que
contribuem para o bem estar do paciente.
A abordagem de um paciente com esse tipo de disfunção deve ser global, levando em
considerações seu histórico, sintomas e hábitos diários, buscando identificar o agente que
causou essa desordem e buscando o equilíbrio do corpo e a melhora da qualidade de vida.
Matéria por
Jorge Fernando dos Santos
Fisioterapeuta CREFITO 10 - 212796 | Joinville