A influenza ou gripe é uma infecção viral aguda que atinge o sistema respiratório.
A sua distribuição é universal. De acordo com a OMS em cada ano são acometidos 5 a 10% dos adultos, 20 a 30 % das crianças e ocorrem entre 250000 a 500000 mortes. É estimado que 1,2 bilhão de pessoas apresentam risco elevado para complicações da doença.
Nos EUA, no início do inverno, já ocorreram 47 mil casos de gripe, o dobro do número de casos de 2017, abrangendo 49 dos 50 estados americanos. Neste período morreram 20 crianças, sendo que 80% delas não estavam imunizadas. O vírus responsável por esta epidemia é o H3N2, subtipo do influenza A. Costuma ter altos índices de transmissibilidade que ocorrem pelas secreções respiratórias de pessoas contaminadas no ato de tossir, falar, espirrar ou pelas mãos contaminadas.
Diferente dos resfriados que são mais leves, o quadro clínico da influenza costuma ser mais grave. Em geral ocorre febre alta, entre 39 a 40 graus, calafrios, dor de garganta, tosse, mialgias, mal-estar e cansaço. Este quadro pode ser autolimitado e ocorrer recuperação em 1 a 2 semanas ou pode levar ao desenvolvimento de complicações.
As mais temidas são pneumonia viral ou bacteriana, síndrome da angústia respiratória e até mesmo o óbito. Pessoas de todas idades são suscetíveis a esta infecção, mas alguns grupos têm maior risco como crianças abaixo de 5 anos, idosos, gestantes e puérperas, pessoas com patologias crônicas (diabetes, cardiopatias, doenças pulmonares, síndrome de Down, obesos, imunodeprimidos). Existem 3 tipos de vírus que ocasionam influenza: são os tipos A, B e C e cada um possui um subtipo. Os grupos A (H1N1 e H3N2) e B são responsáveis pelas epidemias sazonais e estão em constante mutação.
Formas de prevenção da influenza
Usar lenços descartáveis, evitar tossir nas mãos - pois estas são veículos de transmissão, lavar as mãos com água e sabão e usar papel toalha, evitar contato com outras pessoas quando gripado, evitar aglomerações, adotar hábitos saudáveis, manter os ambientes ventilados e não compartilhar objetos de uso pessoal.
Vacinação
A vacinação contra influenza é uma das medidas mais efetivas para a prevenção da influenza grave e de suas complicações. As vacinas diferem quanto à sua composição (tipo e quantidade de antígenos, conservantes, adjuvantes) e as indicações mudam de acordo com a faixa etária. Segundo recomendação da OMS para o hemisfério sul em 2018, cada dose deverá conter Myxovírus influenzae inativados, fragmentados e purificados correspondente aos antígenos hemaglutinina (HA). As vacinas trivalentes contêm antígenos purificados de duas cepas do tipo A (H1N1 e H3N2) e uma cepa do tipo B. Serão utilizadas na Campanha do Ministério da Saúde 2018.
As vacinas quadrivalentes (ou tetravalentes) contêm antígenos purificados de duas cepas do tipo A (H1N1 e H3N2) e duas cepas tipo B, proporcionando maior abrangência. Foram licenciadas baseadas em estudos de imunogenicidade e segurança. Como as trivalentes, são inativadas e não possuem adjuvantes em sua composição. As vacinas influenza disponíveis em nosso país são todas inativadas, portanto incapazes de provocar doença, sendo que as estratégias de vacinação têm contribuído para redução da mortalidade em portadores de doenças crônicas, redução das hospitalizações por pneumonia e redução de 39 a 75% da mortalidade global.
A ampliação da vacinação em crianças diminui a carga da doença nos grupos vacinados e na comunidade pois as crianças são os principais transmissores. As vacinas podem ser administradas na mesma ocasião de outras vacinas ou medicamentos, sempre com seringas e locais diferentes. Os efeitos adversos mais comuns ocorrem no local da aplicação: dor local, endurecimento e vermelhidão que podem durar até 48 horas. Manifestações sistêmicas são mais raras, mas benignas: febre, dores musculares e mal-estar.
Esquema de Doses:
1. Para crianças de 6m a 9 anos de idade: duas doses na primeira vez em que forem vacinadas ( primovacinação ), com intervalo de 1 mês e revacinação anual.
2. Para crianças maiores de 9 anos, adolescentes, adultos e idosos : dose única anual.
3. Para menores de 3 anos a dose é de 0,25 ml e para os maiores é de 0,5 ml ( de acordo com o fabricante ).
Contraindicações da vacina:
• Menores de 6 m de idade;
• História de reação anafilática prévia ou alergia grave relacionada ao ovo de galinha e seus derivados, ocorrendo nas primeiras 2 h após a aplicação;
• (urticária, sibilos ,laringoespasmo, edema de lábios , hipotensão e choque );
• Doenças febris agudas moderadas ou graves;
• História prévia de S Guillian Barré.
Grupos de risco que devem receber a vacina do ministério da saúde:
1. Indivíduos acima de 60 anos;
2. Crianças entre 6m a 5 anos incompletos;
3. Gestantes em qualquer idade gestacional;
4. Puérperas até 45 dias pós parto;
5. Povos indígenas a partir de 6 m;
6. Portadores de doenças crônicas não transmissíveis e condições clinicas especiais, como portadores de hiv;
7. Jovens entre 12 a 21 anos sob medidas sócio educativas;
8. População privada de liberdade;
9. Funcionários do sistema prisional;
10. Professores da rede pública e privada;
11. Trabalhadores da área de saúde.
Matéria por
Marilene Salette Momm
Pediatria CRM/SC 3331 | RQE 2862 | Florianópolis