A gripe (Influenza) é uma patologia de distribuição global, de alta transmissibilidade, que atinge anualmente de 5 a 10% da população do planeta, dela composta por crianças. É causada pelo mixovírus A, B e C, sendo os tipos A e B aqueles de relevância clínica em humanos.
O vírus A está associado a epidemias e pandemias e têm comportamento sazonal, com aumento do número de casos no inverno. Diferentes tipos de vírus podem circular na mesma época.
O período de incubação é de 1 a 4 dias. A transmissão ocorre por gotículas de saliva de indivíduos infectados, pela fala, tosse ou espirro, e também por superfícies contaminadas pelo vírus, se as tocamos e em seguida colocamos a mão nos olhos, boca ou nariz.
Esta transmissão aumenta em ambientes fechados como creches, escolas, salas de reuniões e assim por diante.
O quadro clínico da influenza pode ser leve, moderado ou grave. Costumam ocorrer febre alta, calafrios, tosse seca, mialgia, cefaleia, cansaço, dor de garganta.
O diagnóstico diferencial deve ser feito com a COVID 19 que cursa com estas características.As duas viroses podem inclusive ocorrer simultaneamente.
Os grupos de pessoas com risco elevado de complicações compreendem gestantes, pessoas acima de 60 anos, cardiopatas, diabéticos, portadores de doença pulmonar crônica, crianças menores de 5 anos, doenças metabólicas e outros.
A vacina da gripe e o novo coronavírus
A vacina influenza é a principal medida para proteger contra a doença e para diminuir a circulação do vírus. É fundamental manter bons índices de vacinação para minimizar a sobrecarga adicional ao sistema de saúde.
A importância da vacinação se dá também pelo fato de recentes pesquisas apontarem que o imunizante pode agir de maneira benéfica para atenuar o quadro do novo coronavírus, o que ainda demanda confirmação de outros estudos. O mesmo ocorre com as pesquisas a respeito do efeito das vacinas tríplice viral e BCG em relação à COVID19.
Nenhuma vacina induz proteção ou anticorpos contra o vírus de outra patologia, e não há possibilidade de que haja efeito cruzado. No entanto, existe a possibilidade de uma pessoa com coronavírus contrair influenza e esta combinação levar à piora do quadro clínico pelo comprometimento pulmonar.
Nesse sentido, vacinar-se contra a gripe é um benefício adicional.
Pelo paralelismo entre as campanhas de vacinação COVID19 e influenza em 2021, precisam ser observados cuidados relativos ao intervalo mínimo entre estas vacinas e as outras do Calendário Vacinal. Este intervalo é de no mínimo 14 dias entre elas.
As cepas de vírus presentes nas vacinas são definidas anualmente pela OMS( Organização Mundial de Saúde) que realiza vigilância nos Hemisférios Norte e Sul e orienta a composição de vacinas para o ano seguinte.
A VACINA QUADRIVALENTE 2021 utiliza as seguintes cepas:
cepa tipo A/Victória/2570/2019 9H1N1)
cepa tipo A/Hong Kong 2671/2019 (H3N2)
cepa tipo B/ Washington 02/2019
cepa tipo B/Phuket/3073/2013
Esquema de doses
crianças de 6 meses a 35 meses ( inclusive ) - 2 doses de 0,5 ml com 30 dias de intervalo na primovacinação.
crianças de 36 meses a 8 anos - 2 doses de 0,5 ml com 30 dias de intervalo na primovacinação.
1 dose de 0,5 ml se já foi vacinado anteriormente.
crianças acima de 9 anos e adultos - 1 dose de 0,5 ml anualmente.
Efeitos adversos
Pode ocorrer dor local, eritema e induração, que geralmente cedem em até 48 horas.
Algumas pessoas evoluem com febre, mialgia e mal-estar geral.
Contraindicações
As pessoas não podem ser vacinadas se tiverem febre ou alguma infecção na fase aguda.
Como as vacinas são cultivadas em ovos embrionados, é importante questionar se já ocorreu anafilaxia anterior por alergia a ovo. Pessoas que após a ingestão de ovo apresentaram urticária podem se vacinar regularmente.
Matéria por
Marilene Salette Momm
Pediatria CRM/SC 3331 | RQE 2862 | Florianópolis