O nascimento de um bebê é um momento único, emocionante e imprevisível. Muitas mães passam toda a gestação se preparando para o parto e, ainda assim, tem seus direitos básicos desrespeitados ou ignorados durante o período de internamento, o que caracteriza ato de Violência Obstétrica. Para evitar esses problemas, o Ministério da Saúde passou a recomendar desde o início de 2017, que todas as pacientes, durante o seu pré-natal, elaborem e discutam com a equipe que a assiste um documento chamado Plano de Parto. O plano de parto é um documento em que a gestante deixa registrado por escrito o que deseja em relação às etapas do trabalho de parto, aos procedimentos médicos do parto em si e aos cuidados com o recém-nascido no pós-parto. Ele, portanto, permite que a futura mãe opine sobre o que julga ser melhor para seu corpo e para seu bebê. Esse documento deve ser elaborado com o auxílio do médico que acompanha o pré-natal, após esclarecimentos sobre procedimentos que podem ou não ser adotados durante o trabalho de parto, a indicação de cada procedimento, seus riscos e benefícios. Cabe também à gestante escolher e registrar no Plano de Parto o acompanhante que ela escolheu, se haverá doula ou outro profissional em quem a paciente confia ( por exemplo, uma acupunturista ou fisioterapeuta). Todo o plano deve ser discutido com a equipe que assistirá a paciente durante o trabalho de parto e pode ser modificado ao longo do pré-natal.
Alguns itens essencias não podem faltar no seu plano de parto:
1. Quem será o acompanhante?
2. Sim ou não para raspagem de pelos pubianos?
3. Sim ou não para lavagem?
4. Como deseja se movimentar durante o trabalho de parto?
5. Sim ou não para anestésicos e outras formas de analgesia para dor?
6. Tipo de alimentação/hidratação?
7. Posição em que deseja dar à luz?
8. Sim ou não para aplicação de força para empurrar o feto?
9. Sim ou não para corte no períneo?
10. Quem cortará o cordão umbilical?
11. Em que situações você gostaria de ser submetida a uma cesariana?
12. Quando deseja tentar amamentar o bebê?
13. Procedimentos que os pais aceitam que sejam realizados com o bebê após o parto?
É claro, que mesmo com todo o planejamento, as coisas podem fugir do controle. Mas, com o plano de parto em mãos é mais provável que a paciente tenha conhecimento e empoderamento suficiente para fazer valer as suas vontades e estará preparada para enfrentar mudanças de planos.
Matéria por
Carolina Ferrari
Ginecologia e Obstetrícia CRM/PR 27135 | RQE 2923 | Campo Mourão