A cardiotocografia é uma tecnologia desenvolvida há mais de 50 anos, que consiste na monitorização contínua da frequência cardíaca e da contractilidade uterina, e que claramente revolucionou a prática obstétrica. Este exame registra a frequência cardíaca fetal e as contrações uterinas por um determinado período de tempo e pode ser utilizado para avaliar o bem estar fetal antes ou durante o trabalho de parto.
O registro dos batimentos cardíacos do bebê é importante, pois quando existe falta de oxigenação do feto, ocorrem algumas alterações nos batimentos cardíacos , como a falta de variabilidade ou, em casos mais graves, desacelerações dos batimentos. Portanto, é um sinal de boa vitalidade fetal, se houver episódios de variação do batimento cardíaco do feto. A média de batimentos cardíacos do feto fica em torno de 110 a 160 batimentos por minuto, chegando a 180 quando o feto está em movimentação.
Quando a mulher está em trabalho de parto, o registro dos batimentos durante as contrações indica a maneira como o bebê “responde” às contrações, já que, em alguns casos, a falta de oxigênio acontece somente durante as contrações. Alguns medicamentos, como anticonvulsivantes ou antidepressivos, podem alterar o exame, pois diminuem a variabilidade da frequência cardíaca fetal, causando uma falsa impressão de sofrimento fetal.
Se o bebê estiver dormindo durante o exame, ou se a mãe estiver há muitas horas em jejum, isso também pode acontecer. A melhor posição para realizar o exame é em decúbito lateral esquerdo, ou sentada, para evitar a compressão dos vasos que fornecem oxigênio para o bebê, evitando assim, falsos sinais de sofrimento fetal. Esse exame depende da maturidade do sistema nervoso central do feto para que seja confiável, portanto, está melhor indicado após a trigésima segunda semana de gestação.
Ele não é exame de rotina, ou seja, não precisa ser feito por todas as gestantes. Está bem indicado naquelas em que há dúvidas sobre o bem estar fetal, como por exemplo naquelas em que houve abrupta redução dos movimentos fetais ou se durante o monitoramento dos batimentos no trabalho de parto houve dúvidas.
Matéria por
Carolina Ferrari
Ginecologia e Obstetrícia CRM/PR 27135 | RQE 2923 | Campo Mourão