Será que estourou a bolsa? E agora?
A bolsa amniótica é uma cavidade cheia de líquido que envolve o bebê desde o início da gestação. A maior parte do líquido dentro desta bolsa é a urina do feto e uma pequena parte é produzida pela placenta. Ela protege o bebê de impactos externos, bem como de infecções causadas por bactérias presentes na vagina da mãe. Uma das maiores dúvidas na gestação é a identificação do momento em que a bolsa rompe e o que fazer depois disso.
A rotura da bolsa pode acontecer fora do trabalho de parto, quando é chamada de rotura prematura de membranas (mesmo que o bebê não seja prematuro), ou durante o trabalho de parto. Na maioria das vezes a mulher tem um extravasamento de líquido em grande quantidade pela vagina; a cor do líquido varia de transparente a verde escuro e pode conter alguns traços de sangue. O odor é bem característico, lembra o odor de água sanitária. Após a rotura, a bolsa não “cicatriza”, portanto há o extravasamento de líquido até o nascimento do bebê. É importante salientar, que bebês saudáveis continuam urinando após o rompimento da bolsa, renovando o líquido constantemente. Além disso, durante o trabalho de parto, a cabeça do bebê funciona como uma rolha no colo do útero, impedindo o extravasamento de todo o líquido da bolsa.
Quando a bolsa rompe antes de 34 semanas é importante realizar um monitoramento constante da mãe e do feto, em busca de sinais de possível infecção, lembrando que é a bolsa que protege o bebê das bactérias presentes na vagina da mãe. Não é necessária a interrupção imediata da gestação, sendo obrigatório realizar monitoramento diário dos riscos e benefícios de uma interrupção da gestação levando em conta a prematuridade.
Após 37 semanas, a maioria das mulheres que tem a bolsa rota fora do trabalho de parto entra em trabalho de parto espontâneo dentro de 24 a 48 horas após a rotura. Portanto, é possível, aguardar o início espontâneo do trabalho de parto, mesmo após longos períodos de rotura das membranas, monitorando sempre o bem- estar da mãe e do feto. Estudos apontam que o uso de antibióticos após 18 horas da rotura diminui o risco de infecção pulmonar no recém- -nascido.
Portanto, se você perdeu um líquido suspeito, não entre em pânico! Entre em contato com o seu obstetra, ou procure o plantão de obstetrícia e solicite avaliação. Muitas mulheres confundem o líquido da bolsa com secreção vaginal (que pode estar aumentada no final da gestação) e até mesmo com urina (porque a incontinência urinária é uma marca do final da gestação). Se for líquido amniótico mesmo, um bom obstetra será capaz de identificar, avaliar e discutir as possibilidades a partir de então.
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Matéria por
Carolina Ferrari
Ginecologia e Obstetrícia CRM/PR 27135 | RQE 2923 | Campo Mourão