Sem intenção de parodiar, assim caminha a humanidade. A juventude de hoje já é listada como a faixa etária mais preocupante dentre as populações assoladas pelo stress e suas consequências.
De certa forma, até nos sugere hereditariedade. Fato aceitável, pois quem geralmente alimenta o stress é justamente o ambiente. Os padrões de estrutura familiar têm sido despersonalizados. Num tom melancólico, podemos dizer que os relacionamentos perderam o romantismo.
As gerações estão se distanciando. A competitividade ditada pelo ritmo frenético da modernidade tem quebrado as sequências evolutivas. E os novos homens e mulheres que se formam percebem que há um “elo perdido” entre o que seus pais são e o que precisam ser. Não se pode mais comparar, programar, nem mesmo vislumbrar o futuro da juventude.
Das cartas aos e-mails; dos jornais à internet, do feijão com arroz ao “fast food”, do futebol nas ruas aos vídeo games nos quartos, dos cultos matinais às “baladas” até o amanhecer... As diferenças são incontáveis.
Evolução e adaptação perderam o sincronismo. Aqui está a chave para a compreensão desse crescimento do stress na juventude.
A evolução exige adaptação. A adaptação ativa a ansiedade. A competição aumenta a ansiedade, por conta da constante necessidade de adaptação.
Isso leva o organismo ao esgotamento. Eis o significado de stress.
Do pacífico ao hostil, da calmaria a agitação, do seguro ao arriscado.
É o mundo do jovem atual. Tudo pode acontecer. “Pura adrenalina”.
Há um aumento na incidência de acontecimentos inversamente peculiares às gerações aqui comparadas. Um bom exemplo é o grande número de crianças e adolescentes que já sofrem com Gastrite e Hipertensão Arterial.
Acidentes Vasculares Cerebrais e Infartos Agudos do Miocárdio há algum tempo já não são mais exclusividade dos “vovôs”.
Mas ainda há uma preocupação maior. Os transtornos emocionais ou mentais causados pelo stress respondem pela taxa crescente de atentados contra a própria vida - ou de seu semelhante - praticados por jovens motivados por suas frustrações, indignações e baixa autoestima.
A realidade assusta. Pais não conhecem seu filhos, que não confiam em seus pais. Ambos não conhecem os limites de seus organismos.
Enquanto isso, o maior vilão da modernidade não descansa. E a cada dia destroi jovens e lares no mundo todo, por pura negligência e desinformação.
É tempo de restaurar a família, de restabelecer conceitos e princípios.
É tempo de informação, prevenção e de viver com qualidade.
Matéria por
Mário Miyazato Filho
Médico CRM/PR - 19745 | Maringá