Dados do IBGE demonstram que mais de 18 milhões da população brasileira se encontra com idade acima de 60 anos. Estima-se que a população masculina com dificuldades sexuais virá a se duplicar nos próximos 25 anos. Hoje, já podemos verificar que indivíduos com 70 anos ou mais apresentam condições saudáveis no plano físico e mental, procurando a cada dia trazer a sexualidade de forma mais intensa para suas vidas.
Os mitos
A crença de que as pessoas perdem suas habilidades sexuais na medida em que envelhecem é um grande mito que ronda nossa sociedade há muito tempo. Ideias de que com o envelhecimento as pessoas não são capazes de ser atraentes sexualmente, que não têm interesse por sexo ou que não devem sentir desejos sexuais, são completamente equivocadas. O ser humano é sexualmente potente enquanto estiver vivo, enquanto seu coração estiver batendo. Quando se é jovem a preocupação maior é com quantidade de relações sexuais, ao passo que quando se adquire mais idade existe uma procura maior pela qualidade, o que certamente vai de encontro às necessidades da mulher.
O peso da idade
Ao contrário dos mais jovens, onde a disfunção erétil está na maioria das vezes relacionada a problemas psicológicos, no adulto maduro as causas estão mais ligadas a problemas de saúde, como diabetes, hipertensão arterial, doenças neurológicas, uso contínuo de remédios ou mesmo lesões causadas por cirurgias (próstata, reto, etc.) que interferem com o mecanismo de ereção do pênis. Os riscos de disfunção erétil praticamente dobram ou triplicam em indivíduos com depressão, obesidade e vida sedentária, níveis elevados de colesterol e consumo exagerado do álcool. O fumante que consome mais de 30 cigarros por dia tem quase 3 a 4 vezes mais chances de apresentar problemas na sua ereção. Estes fatores também contribuem para a insuficiência circulatória do pênis, a mais frequente causa de impotência na meia idade. Esta diminuição de sangue reduz o principal nutriente peniano, o oxigênio. Sem ele as células musculares do pênis se atrofiam e perdem a elasticidade. A consequência começa com a queda gradual da rigidez peniana e dificuldade de manter a ereção, perda ou diminuição das ereções espontâneas pela manhã, dificuldade para obter ereções durante a masturbação resultando em incapacidade crescente de penetração na parceira. Reconhecer as causas da disfunção erétil quando se começa a envelhecer é fundamental para um tratamento efetivo e satisfatório. Existem várias opções de tratamento disponíveis e cada uma está associada com diferentes perfis de eficácia, segurança e satisfação do paciente. Uma sintonia com a parceira é essencial para que o homem em tratamento tenha de volta a ereção perdida e o prazer sexual. A experiência e a maturidade vão mostrar que a relação se completa quando se alia intimidade sexual, sentimento e afetividade.
Matéria por
Marcio De Carvalho
Urologia CRM/PR: 12020 | RQE 6499 | Maringá