Ao longo da história, o pênis sempre foi considerado um símbolo da sexualidade masculina. De uma maneira geral, o homem sempre relacionou poder, força e potência com as dimensões do pênis. Esta crença faz gerar em muitos homens sensações de inferioridade, quando comparam “seu tamanho” com o de outros em banheiros, vestiários ou em filmes e revistas pornográficas, com prejuízo direto da auto-estima. Existe ainda o trauma psicológico que se inicia já na infância decorrentes de atitudes dos pais que passam a fazer comparações com o outro irmãozinho ou primos, desconhecendo que geralmente o pênis atinge seu tamanho definitivo em torno dos 16 anos de idade. É curioso notar que em muitos casos, a insatisfação vem com as medidas do pênis no estado flácido sem relação com a fase ativa do órgão, ou seja, a ereção. De acordo com a literatura médica o comprimento do pênis do homem adulto flácido varia de 8,5 a 9,4 cm e de 12,9 a 14,1cm em ereção. Apesar de não existir um consenso alguns autores consideram um pênis pequeno quando o comprimento flácido não ultrapasse 4 cm ou seja menor que 7,5 cm em ereção. A influência de temperatura, a obesidade e até mesmo a ansiedade podem alterar qualquer medida. Por este motivo muitos que acham seu pênis pequeno, na verdade se encontram dentro das medidas “ditas” normais e são considerados anatomicamente adequados. Do outro lado, a profundidade da vagina varia de 9 a 12 cm e área de maior sensibilidade relacionada ao prazer sexual se encontra nos 3 cm iniciais, portanto o tamanho do órgão não pode ser considerado como fonte de maior prazer.
As cirurgias
Algumas técnicas têm sido indicadas para o aumento peniano, mas em princípio restritas somente para casos de micropênis, anomalias congênitas ou adquiridas. A cirurgia de alongamento peniano com objetivo estético em pênis normais é considerada como experimental pelo Conselho Federal de Medicina através da resolução 1478/97 e realizadas somente em pacientes selecionados, em centros médicos credenciados e gratuitamente. Uma das técnicas de alongamento mais populares, consiste no corte do chamado ligamento suspensor do pênis localizado próximo ao osso púbico e assim avançar órgão em 2 até 4 cm. O problema é que após esta cirurgia ocorre perda da angulação natural do pênis em ereção que passa a apontar sempre para baixo necessitando de apoio da mão para haver uma penetração. Além disso, é comum haver aderências ao osso ocasionando a chamada escrotalização que consiste na retração do pênis com diminuição do tamanho quando o objetivo era o aumento. Técnicas para o aumento do diâmetro peniano (“engrossamento”) preconizam-se a injeção de gordura, silicone líquido ou do PMMA (polimetilmetacrilato). Apesar de uma impressão inicial satisfatória, os resultados destas injeções não são duráveis e é comum ocorrer uma absorção irregular do material injetado resultando em curvaturas irregulares e nódulos no pênis.
Cuidados necessários
É necessário esclarecer que uma séria de sites e clínicas prometem soluções milagrosas com aparelhos (extensores, aparelhos de vácuo) ou exercícios sem nenhuma base científica. Em geral, os tratamentos são padronizados e seguem um manual básico com resultados decepcionantes. Caso haja alguma dúvida, é melhor consultar o urologista, que é o especialista treinado em cirurgias sobre o pênis, poderá esclarecer e orientar o caminho mais correto a seguir. É bom lembrar que existe um mito, talvez até uma fantasia na cabeça de certos homens de que tamanho maior é sinônimo de desempenho melhor ou de maior satisfação da parceira. Existe uma série de fatores como carinho, intimidade, atenção, cumplicidade, expressão de desejo, entre outros, que influenciam e têm um efeito muito mais profundo na vida sexual do homem do que alguns centímetros a mais.
Matéria por
Marcio De Carvalho
Urologia CRM/PR: 12020 | RQE 6499 | Maringá