A próstata é uma glândula do tamanho de uma castanha pesando cerca de 20 gramas. É localizada logo abaixo da bexiga, atravessada pelo canal uretral, cuja função é de produzir 30% do total do sêmem. Um dos principais problemas que pode atingir a próstata é o câncer. É considerado hoje o tumor maligno mais comum no homem e a segunda causa mais comum de morte por câncer, depois do tumor de pulmão. Com os tratamentos atuais disponíveis hoje a chance de se curar da doença aumentou significativamente, principalmente se for descoberta precocemente. Em caso do tumor estar restrito somente a próstata os pacientes são tratados através de cirurgia, chamada de prostatectomia radical, ou radioterapia (externa, 3D, IMRT ou braquiterapia).
Prostatectomia radical
Na prostatectomia radical (realizada por corte, laparoscopica ou robótica) a próstata é retirada por completo juntamente com vesículas seminais (2 estruturas em forma de cacho de uva situadas atrás da bexiga e que servem de armazenamento do esperma). Embora se tenha aprimorado as técnicas cirúrgicas, ainda os urologistas constatam que a maioria de seus pacientes fica impotente. Disfunção erétil após a prostatectomia radical, realizadas por cirurgião experiente e em centros de excelência, gira em torno de 50% a 90%.
Consequências
Isto ocorre pelo fato de que os nervos responsáveis pela ereção do pênis (nervos cavernosos) passarem quase que juntos à próstata e a tentativa de preservação deles podem comprometer o objetivo final da cirurgia que é a retirada completa da próstata com seu câncer. Somado a isto pode haver o comprometimento da circulação destinada ao pênis, que transitam, da mesma forma, intimamente à próstata. A consequência notada pelo paciente é a diminuição em até 10% no tamanho do pênis e em 7% na sua espessura (circunferência) com uma perda total de volume de até 27%. Outras transformações que podem surgir é o aparecimento de áreas endurecidas no pênis como nódulos ou caroços que são resultantes de fibrose do tecido (áreas mortas ou cicatriciais) que levam ao encurvamento do órgão (conhecido como Doença de Peyronie). Estas alterações ocorrem em até 6 meses após a cirurgia. A reabilitação consiste em estímulos precoces (logo após a retirada da sonda ou até mesmo antes da cirurgia) ao tecido peniano através de medicamentos injetáveis intra-cavernosos e/ou orais que vão permitir que suas células sejam mantidas com fluxo de sangue, e portanto, com níveis elevados de oxigenação, irrigando o pênis como uma planta murcha que precisa de água.
A reabilitação
O principio básico da reabilitação peniana é fazer com que o paciente consiga ter relações sexuais com ereções naturais que vão surgindo com o tempo, na dependência da gravidade e extensão do seu câncer e principalmente do tempo em que se iniciou este tratamento. Podemos dizer que neste caso o tempo é o principal inimigo do pênis, pois quanto mais tempo levar para se iniciar a reabilitação maior serão os efeitos negativos no tecido peniano, tornando a recuperação muito mais demorada e com risco de não ser possível mais obter ereções naturais.
Matéria por
Marcio De Carvalho
Urologia CRM/PR: 12020 | RQE 6499 | Maringá