Reabilitação Sexual após Cirurgia da Próstata
A próstata é uma glândula do tamanho de um limão situada logo abaixo da bexiga e atravessada pelo canal uretral, responsável pelo transporte de urina da bexiga para fora do corpo, e também pela saída do sêmen (líquido que carrega os espermatozóides).
Um dos principais problemas que pode atingir a próstata é o câncer. É considerado, hoje, o tumor maligno não cutâneo mais comum no homem é a segunda maior causa de morte por câncer masculino, depois do tumor de pulmão. Com os tratamentos atuais disponíveis hoje, a chance de se curar da doença aumentou significativamente, principalmente se ela for descoberta precocemente. Numerosas opções de tratamento estão, hoje, disponíveis - incluindo a prostatectomia radical, radioterapia, braquiterapia (aplicações de sementes radioativas na próstata) e tratamento baseado em hormônios – mas do ponto de vista urológico o tratamento de escolha para a doença que se encontra unicamente dentro da próstata, ou seja, não houve disseminação para outros órgãos, é a chamada prostatectomia radical.
Embora se tenha aprimorado as técnicas cirúrgicas mesmo com auxílio de robô, ainda os urologistas constatam que a maioria de seus pacientes fica impotente. Disfunção erétil ou impotência após a prostatectomia radical, realizadas por cirurgião experiente e em centros de excelência, gira em torno de 50% a 100%. Da mesma forma que o tratamento por meio da radioterapia ou braquiterapia também não livra o paciente de ter problemas com sua ereção. Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da disfunção erétil após a prostatectomia radical, como a idade acima de 65anos, problemas de ereção já antes da cirurgia, um câncer mais avançado, associação com outras doenças como o diabetes e hipertensão arterial, descontrole do colesterol, doença cardiovascular ou tabagismo. É importante lembrar que o propósito principal desta cirurgia é a retirada completa da próstata e seu câncer, não sendo possível prever no pré-operatório, se será possível que os nervos ou vasos sanguíneos possam ficar livres de lesões. Invariavelmente após a cirurgia o homem passa a sentir os reflexos da perda da potência sexual, observando que seu pênis não responde mais a estímulos.
O tecido peniano sem estímulo nervoso não recebe o volume de sangue necessário e suas células ficam privadas de oxigênio, seu principal nutriente. O resultado imediato deste ciclo é a progressão para a atrofia do tecido que se torna menos elástico com a morte programada de suas células. A conseqüência notada pelo paciente é a diminuição em até 10% no tamanho do pênis e em 7% na sua espessura (circunferência) com uma perda total de volume de até 27%. Mas a mensagem principal é que esta situação pode ser revertida caso uma reabilitação peniana seja feita o mais breve possível, até antes da cirurgia. A reabilitação consiste em estímulos precoces ao pênis que vão permitir que suas células mantenham o fluxo de sangue, e portanto, com níveis elevados de oxigenação. Podemos dizer que neste caso o tempo é o principal inimigo do pênis, pois quando mais tempo levar para se iniciar a reabilitação maior serão os efeitos negativos no tecido peniano, tornando a recuperação muito mais demorada e com risco de não ser possível mais obter ereções naturais.
Após o sofrimento da descoberta de um câncer e o conhecimento que terá de encarar uma cirurgia, muitos valores mudam na vida destas pessoas, abrangendo todos os familiares. Quando se passa por toda esta turbulência, e ainda após a cirurgia sente que é incapaz de ter vida sexual, faz gerar nestes homens um sentimento de frustração e desanimo com a perda de momentos de satisfação e prazer que compartilhava com a sua parceira antes de tudo ocorrer.
O exercício pleno da sexualidade é um dos principais fatores que compõem as medidas de qualidade de vida.
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Matéria por
Marcio De Carvalho
Urologia CRM/PR: 12020 | RQE 6499 | Maringá