Impotência sexual e disfunção erétil são a mesma coisa?
Sim, são a mesma coisa, porém disfunção erétil é o termo mais utilizado no meio médico. Significa a incapacidade de conseguir e/ou manter o pênis rígido suficiente para a penetração e ter uma relação sexual satisfatória. Deve ser um fato que se repete, e não apenas um episódio. Esta é uma definição técnica, mas os pacientes tendem a confundir falta de desejo e até ejaculação precoce com impotência.
Quando devo procurar ajuda médica especializada?
A maioria dos homens experimenta, em algum momento de suas vidas, incapacidades ocasionais de ereção, usualmente por fadiga, estresse temporário ou consumo excessivo de álcool. Entretanto, se esta condição perdura ou interfere com a atividade sexual normal do homem, deve-se procurar ajuda imediatamente. O que mais prejudica a realização sexual é a desinformação e a dúvida. Estudos têm mostrado que o homem espera, em média, 4 anos para buscar ajuda no campo sexual. É um sofrimento desnecessário.
Por que, em alguns homens, o pênis não fica totalmente rígido durante a relação?
A dificuldade em conseguir uma ereção totalmente rígida depende basicamente de cinco grandes causas: deficiência hormonal (deficiência na produção do hormônio masculino testosterona), doenças interferindo com a condução nervosa (como causadas pelo diabetes, alcoolismo ou derrame), problemas vasculares (estreitamento ou endurecimento das artérias causadas pela aterosclerose, que impede o enchimento sanguíneo do pênis), algumas medicações que o paciente esteja tomando (como remédios para pressão alta, para a depressão, para diminuir o crescimento da próstata, etc) ou puramente emocional (psicológica). Lembrando que o fator emocional (insegurança, medo de falhar, perda da autoestima), habitualmente, acompanha a maioria das causas.
A impotência pode afetar pessoas mais jovens?
A impotência pode surgir em pessoas mais jovens que passaram por situações de estresse emocional ou até mesmo cobrança excessiva da parceira. Porém, a causa mais frequente é a preocupação exagerada com o próprio ato sexual, a chamada ansiedade quanto ao desempenho, que pode provocar o medo do fracasso e de falhar novamente, gerando um sentimento de insegurança. Quando o homem está prestes a manter a relação sexual, esta ansiedade faz descarregar na corrente sanguínea um grande volume de adrenalina, hormônio do estresse e da ansiedade, que leva a contração do músculo peniano e suas artérias, resultando em diminuição do fluxo de sangue para o pênis, impedindo a ereção. A situação típica é quando o homem fica excitado, tem ereção, mas, no momento de penetrar não consegue, o pênis fica flácido.
A pressão alta pode levar a impotência?
A pressão alta ou hipertensão não só contribui para a aterosclerose (endurecimento das artérias), como também pode causar diretamente a impotência. A hipertensão arterial danifica as artérias, tornando-as menos flexíveis e reduzindo sua eficiência no transporte de sangue até o pênis.
Todo homem diabético tem impotência?
Cerca de 50 a 60% dos homens com diabetes apresentam alguma forma de dificuldade erétil. O diabetes pode causar impotência de duas formas: danificando os nervos que estimulam o pênis e prejudicando o funcionamento das artérias penianas. Tal situação pode ser temporária ou definitiva. Alguns pacientes quando estão com diabetes descompensada podem apresentar impotência, que só melhora quando o problema é compensado. Caso o paciente não se cuide adequadamente (não tome os medicamentos prescritos, não faça a dieta adequada, não procura fazer exercícios, etc), passando longos períodos com a glicemia elevada, a lesão nos nervos pode tornar-se definitiva e irrecuperável.
Se o meu colesterol estiver elevado eu posso desenvolver disfunção erétil?
A elevação do colesterol é um fator de risco para a disfunção erétil, principalmente se associado a outras condições como a hipertensão arterial, diabetes, o fumo e álcool. O aumento persistente do colesterol favorece o desenvolvimento da aterosclerose pela formação de placas de gordura de uma maneira generalizada nas paredes das artérias, reduzindo o fluxo de sangue, predispondo a doença cardíaca e influenciando no desenvolvimento da disfunção erétil.
Matéria por
Marcio De Carvalho
Urologia CRM/PR: 12020 | RQE 6499 | Maringá