Não é difícil imaginar que os professores necessitem dos mais variados recursos vocais para prender a atenção de seus alunos. Continuando nesse raciocínio, o professor acaba sofrendo um desgaste imenso de suas cordas vocais que pode ainda ser agravado em casos de jornadas duplas, falta de intervalos, condições inadequadas de acústica do ambiente... O professor pode prejudicar sua voz dentro da sala de aula por uso contínuo excessivo da voz e por aumento do volume da voz
Quando o professor possui uma carga horária muito extenuante de aulas, os traumas nas suas cordas vocais vão aumentando e originando um espessamento progressivo da corda vocal que é chamado de nódulo vocal ou mais comumente “calo vocal”. Com o aparecimento dos calos, as cordas vocais não conseguem mais se fechar naturalmente durante a produção da voz e, para compensar essa falha, a tendência é forçar a voz para que elas se fechem completamente. O resultado disso é cansaço no pescoço, dor para falar, rouquidão e queda no rendimento em sala de aula.
Nos professores sem uma acústica adequada (professores de educação física, por exemplo) que acabam “gritando” para orientar seus alunos, podem ocorrer edemas e sangramentos dos microvasos das suas cordas vocais. É o típico caso de rouquidão repentina. Nesses casos, o acúmulo de inchaço ou sangue pode se organizar e formar um pólipo nas cordas vocais.
Todas as lesões típicas dos professores apresentam caráter benigno (sem risco de malignização) mas com grande repercussão na voz. Se a máxima é que “é melhor prevenir do que remediar”, procure o seu otorrinolaringologista e o seu fonoaudiólogo para a prevenção e, se a rouquidão já apareceu, para o tratamento das doenças da voz.
Matéria por
Allex Itar Ogawa
Otorrinolaringologia CRM/PR: 27178 RQE: 2638 | Londrina