Somos todos familiarizados com a expressão “atleta de fim de semana”: aquele amigo(a) que na ânsia de recuperar o tempo perdido faz exercício de alto impacto e, pior, segue para o churrasco e para a cerveja após se “exercitar”. Pois bem, dentro do dia-a-dia do otorrinolaringologista nos deparamos com os “cantores de fim de semana”!
Seguindo a mesma linha do nosso amigo atleta, esse cantor não realiza aquecimento vocal, não se preocupa em cantar no tom adequado, não faz o devido repouso vocal, não tem controle da respiração! O resultado é bem previsível: lesões, fadiga e consulta no otorrinolaringologista.
Assim como temos que preparar a nossa musculatura das pernas e dos braços para os exercícios físicos, a laringe e a faringe são revestidas por músculos que necessitam de preparo. Somado a isso, cada laringe e cada faringe possuem características diferentes, exigindo muita atenção e treinamento para o melhor resultado vocal possível.
Por exemplo, imitar o seu cantor favorito pode fazer você embarcar num tom diferente do seu. Precisamos do professor de canto e do fonoaudiólogo nessa etapa! Errar o tom equivale a você jogar bola com a chuteira com número errado: por conta do seu talento o som produzido não será muito afetado, mas após o jogo aparecerão bolhas e calos no seu pé, torções articulares e etc.
O cantor de fim de semana “descansa” a sua voz ao longo da semana para uma nova sessão de tortura faringolaríngea no próximo fim de semana! Não encurte o tempo de vida de suas cordas vocais. Procure os profissionais necessários para que a prática do canto de fim de semana seja sempre prazerosa e sem risco de “enfartar” a sua corda vocal!
Matéria por
Allex Itar Ogawa
Otorrinolaringologia CRM/PR: 27178 RQE: 2638 | Londrina