A Educação que emana do coração
Qual pai ou mãe nunca se questionou se estão fazendo certo com relação a educação dos seus filhos? Ou nunca se culpou por uma atitude impulsiva e buscou compensar de forma inassertiva e permissiva? No consultório, os pais solicitam ajuda do que devem fazer, dizer, como corrigir e como falar.
Os filhos chegam perdidos, desorientados, rebeldes, ansiosos, sem foco, ou querendo mudar o mundo. E nesse contexto, há uma série de questionamentos do certo e errado, afinal há uma receita para educação dos filhos? Como dizia minha avó “filho não vem com cartilha, mas nós temos o coração”. Sempre penso nessas palavras e qual a direção que devemos seguir e também acredito que o caminho é o do coração.
O excesso de amor nunca prejudicou ninguém. Quando temos amor, temos cuidado, atenção e zelo. O amor desperta potenciais, faz com que as pessoas se sintam seguras, protegidas, amadas e aprendem a retribuir esse afeto. Não podemos confundir amor com mimo, falta de disciplina e limites, aliás quem ama dá limites e nossas crianças e adolescentes sentem falta tanto de amor quanto limites. Muitas vezes os comportamentos inadequados que apresentam é para “chamar atenção”. Eles testam nossos limites, para saber até onde podem ir. Essa é a grande armadilha ceder a birra ou ao comportamento inadequado.
Muitos pais trabalham o dia todo, as mães principalmente se questionam e se culpam por deixarem seus filhos. As escolas relatam que muitos pais estão terceirizando a educação dos seus filhos. Mas a necessidade de complementar a renda familiar é uma demanda que cresce e isso muito contribui para o desenvolvimento pessoal e financeiro da família. Esses pais estão ensinando aos seus filhos o valor do trabalho e do esforço para chegar as conquistas, é a forma de contribuir com uma melhor educação, lazer, saúde e qualidade de vida. Mas então onde está o problema?
O problema não é deixar na escola ou para alguém cuidar na ausência. O problema é a falta de tempo de qualidade com seus filhos. O dinheiro não vai comprar tempo, amor, valores, limites e comunicação. A escolha de investir nosso tempo em uma carreira, não anula a escolha que fizemos de ter nossos filhos. E essas responsabilidade são dos pais e de mais ninguém. O modelo que eles devem seguir são os dos pais, os afetos que devem desenvolver sãos os que pais ensinaram a sentir, os limites e a disciplina que aprenderam vão nortear seus caminhos, a forma de se comunicarem com o mundo é a maneira com que foram tocados no coração pelos seus pais.
Você tem com frequência estado e brincado com seu filho? Parado para ouvi- lo? Sua família faz alguma refeição do dia todos juntos sem aparelhos eletrônicos ligados? Têm se olhado nos olhos para conversarem e contarem sobre seu dia? A tecnologia é ambígua, ao mesmo tempo que aproxima, afasta. Hoje em dia cada membro da família tem seus celulares, tvs, tablets, nots ou vídeogame. Houve um tempo em que se soltava pipa, pulava corda, descia de carrinho de rolimã ou de papelão gramados íngremes, brincava de bola, esconde-esconde, pega-pega, tomava banho de chuva e andava de bicicleta.
Sim o tempo passou e a tecnologia avançou, mas podemos resgatar bons momentos ao lado de quem amamos de uma maneira divertida e acolhedora. Somente a família pode proporcionar aquele lugar ao qual sempre vamos querer estar ou voltar, nosso porto seguro. A grande receita não é perfeição e acertos. É de fato amar e fazer seu filho feliz, cada pai e mãe fazer e dar o seu melhor em um ambiente repleto de amor; favorável ao bem e ao sucesso. Essa é a educação que emana do coração, nada fácil, mas a tarefa mais bela e plena.
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Matéria por
Joseane Perdigão
Psicólogo CRP 08/00974 | Londrina