A gestação de alto risco é aquela, em que a paciente tem alguma doença preexistente ou em que a gestante desenvolve alguma doença no período gestacional.
A primeira consideração a ser feita é que uma vez gestante a mulher sempre incorrerá em um risco, pois existem dois tipos de gestação: a gestação de baixo risco e a gestação de alto risco, ou seja, não existe gestação sem riscos. A gestação de alto risco é aquela, em que a paciente tem alguma doença preexistente ou em que a gestante desenvolve alguma doença no período gestacional. Por exemplo, pacientes que tenham pressão alta, diabetes e lúpus, quando engravidam estão sob maior risco de desenvolverem complicações do que mulheres que não têm nenhuma doença prévia e por isso necessitam fazer acompanhamento com especialista em pré-natal de alto risco.
Algumas condições clínicas podem surgir pela primeira vez durante a gestação. É o caso da pressão alta na gestação e da diabetes gestacional. Por serem as principais doenças que complicam a gravidez, podendo ocasionar malefícios para a mãe e para o bebê quando não cuidadas da maneira adequada, estão à seguir os fatores de risco.
1. Fatores de risco Pré-Gestacionais:
Características individuais e condições sóciodemográficas desfavoráveis:
Idade maior que 35 anos;
Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos*;
Altura menor que 1,45m;
Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg (IMC30);
Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos;
Situação conjugal insegura;
Conflitos familiares;
Baixa escolaridade;
Condições ambientais desfavoráveis;
Dependência de drogas lícitas ou ilícitas;
Hábitos de vida – fumo e álcool;
Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos nocivos, estresse.
2. História reprodutiva anterior:
Abortamento habitual;
Morte perinatal explicada e inexplicada;
História de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado;
Parto pré-termo anterior;
Esterilidade/infertilidade;
Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos;
Nuliparidade e grande multiparidade;
Síndrome hemorrágica ou hipertensiva;
Diabetes gestacional;
Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais cesáreas anteriores).
3. Condições clínicas preexistentes:
Hipertensão arterial;
Cardiopatias;
Pneumopatias;
Nefropatias;
Endocrinopatias (principalmente diabetes e tireoidopatias);
Hemopatias;
Epilepsia;
Doenças infecciosas (considerar a situação epidemiológica local);
Doenças autoimunes;
Ginecopatias (doenças ginecológicas);
Neoplasias
4. Fatores de risco Gestacionais:
1. Exposição indevida ou acidental a fatores teratogênicos.
2. Doença obstétrica na gravidez atual:
Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico;
Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada;
Ganho ponderal inadequado;
Pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
Diabetes gestacional;
Amniorrexe prematura;
Hemorragias da gestação;
Incompetência istmo-cervical;
Aloimunização;
Óbito fetal.
Matéria por
Márcio Barbosa
Ginecologia e Obstetrícia CRM/GO 22833 | Rio Verde