Quando pensamos em realizar uma rinoplastia, o que vem primeiro em nossas mentes é a redução do tamanho nasal de forma que o resultado atingido possa ser mais proporcional e harmônico à nossa estrutura facial. Contudo, em técnicas mais antigas a única preocupação estava em reduzir o nariz criando um resultado delicado, mas sem focar em estruturação ou resistência.
Ao longo dos anos nossos tecidos sofrem um stress contínuo, seja pela evolução cicatricial (fibroses), respiração, envelhecimento natural com enfraquecimento de cartilagens, peso da pele..., e estes efeitos de longo prazo sobre um nariz frágil trouxeram a necessidade da criação da rinoplastia estruturada, que iniciou nos Estados Unidos na década de 90. Não mais bastavam narizes pequenos, precisávamos de delicadeza aliada à estabilidade.
Se formos realizar uma comparação simples entre as técnicas redutoras antigas e a estruturação nasal, encontraremos diferenças significativas. Utilizando o modo moderno de operar narizes, utilizamos cartilagens extraídas do próprio paciente (seja do seu septo nasal, concha auricular ou cartilagem de arcos costais) para produção de enxertos que funcionarão como “alicerces e vigas de sustentação”. Este projeto arquitetônico nasal possui como fundamento a fixação do nariz em pontos específicos, o que diminui as chances do nariz ter alterações significativas de formato com a cicatrização de longo prazo.
A estruturação preferencialmente é realizada através de “rinoplastia aberta”, onde uma pequena incisão será desenhada na parte inferior da columela nasal, e que costuma deixar uma marca delicada, quase imperceptível. Após o acesso, pode ser realizada a correção funcional do septo nasal para proporcionar uma melhora respiratória em caso de desvios de septo patológicos, por último, altera-se o formato do nariz conforme a anatomia de cada paciente proporciona.
1) A septoplastia e a rinoplastia são realizadas juntas?
Sim, são realizadas em procedimento único, sendo que a cirurgia que combina a alteração estética do nariz com a correção do septo nasal é chamada de rinosseptoplastia. Desvios de septo patológicos bloqueiam a respiração causando problemas sérios à qualidade de vida do paciente, enquanto que se estiverem na parte mais alta do septo nasal, ocasionarão o chamado “nariz torto”.
2) Qual é a anestesia utilizada?
O procedimento pode ser realizado com anestesia local + sedativos ou anestesia geral. Cada caso necessita ser avaliado de forma individual para a melhor escolha.
3) Quem pode fazer uma rinoplastia?
O candidato ideal para a rinoplastia deve ter no mínimo 15 anos de idade, uma vez que, após a adolescência o nariz está totalmente desenvolvido.
4) A rinoplastia para tirar a “giba” é comum?
Sim. É a principal queixa nas regiões de colonização alemã, italiana e árabe. A giba é o osso mais elevado que forma uma protuberância no dorso nasal, sendo mais evidente nas fotos de perfil.
5) Com a cirurgia estética do nariz, poderei escolher a forma que eu desejar?
Não. O cirurgião realizará as alterações de acordo com a sua anatomia, procurando criar um resultado natural e proporcional à sua face. Cada caso é um caso.
6) Quando é possível avaliar o resultado da rinoplastia?
O resultado da rinoplastia pode ser avaliado após 1 ano do término do procedimento. O edema tende a permanecer por meses, sendo que mês após mês o nariz apresenta mudanças em seu formato.
7) O pós-operatório dói?
Geralmente não. Pequenos desconfortos são facilmente manejados com analgésicos leves.
8) Quando poderei tomar sol?
Deve-se evitar a exposição solar enquanto houver hematomas residuais no rosto, e para bronzeamentos solicito ao paciente o período mínimo de 90 dias.
9) Quando poderei fazer exercícios físicos após minha rinoplastia?
Os exercícios poderão ser realizados a partir de 30 dias.
10) A rinoplastia estruturada é a técnica de escolha para rinoplastias secundárias?
Sim. Mediante uma avaliação e planejamento adequado, podem ser recuperadas a forma e firmeza do nariz.
Procure seu médico, tire suas dúvidas. Você pode ser um excelente candidato à uma rinoplastia estruturada!
Matéria por
Paulo Felipe Pacher Roman
Otorrinolaringologia CRM/SC 19052 | RQE 10863 | Joinville