A cirurgia ortopédica moderna tem evoluído para as técnicas minimamente invasivas ou percutâneas com menor agressão aos tecidos, menor risco de infecção, com menos dor e menor tempo de recuperação pós-operatória.
É uma técnica que iniciou-se nos Estados Unidos na década de 40, porém foi desenvolvida na Europa ganhando popularidade nos últimos 20 anos. Realizada no Brasil há aproximadamente dez anos, a cirurgia percutânea vem apresentando resultados excelentes, com taxa de sucesso em torno de 90 a 95%.
Guiada por radioscopia intraoperatória, a técnica permite a realização de osteotomias (corte no osso), exotectomia (raspagem no osso), tenotomias (corte no tendão), capsulotomias (abertura de cápsula articular), encurtamento ósseo, entre outros.
Como é realizada a cirurgia minimamente invasiva?
É um método que permite realizar a correção da deformidade óssea e retirada de calosidades de forma simples e rápida através de pequenos orifícios de aproximadamente 3 mm (três milímetros) cada um, que são os chamados portais por onde são introduzidas pequenas brocas (semelhantes àquelas utilizadas nos consultórios odontológicos).
Que tipo de anestesia é utilizada?
Qualquer tipo de anestesia pode ser utilizado, mas nesta técnica, usualmente utilizamos um bloqueio anestésico na altura do tornozelo, podendo ou não estar acompanhada de sedação. Este tipo de anestesia, diminui os riscos, permite que o paciente receba alta poucas horas após e prolonga o período sem dor após a cirurgia.
Quais são as vantagens dessa técnica em comparação com as técnicas tradicionais?
Pacientes pós-operados pela técnica minimamente invasiva apresentam menor dor pós-operatório, reabilitação mais precoce, permite apoio imediato, possibilidade de alta hospitalar no mesmo dia, pode ser feita com anestesia ao nível do tornozelo, menos problemas de cicatrização (diabéticos, idosos, varizes) e menor taxa de infecção quando comparadas às técnicas convencionais (cirurgia aberta).
É utilizado gesso e devo permanecer sem andar após a cirurgia?
Os pacientes tratados pela técnica percutânea recebem alta hospitalar caminhando sobre o pé operado, utilizando enfaixamento apropriado e um calçado pós-cirúrgico adequado.
Quais doenças do pé e tornozelo são tratadas por essa técnica cirúrgica?
É indicada nos casos de joanete (hálux valgo), deformidades dos dedos menores (dedos em garra, dedo em martelo, joanete do quinto dedo por exemplo), pé plano (chato), pé cavo, metatarsalgia (dores na sola do pé), hálux rígido, fasciíte plantar, calosidades plantares, doenças reumáticas do pé, pé diabético, entre outras.
Quais são os Cuidados que o paciente necessita após a cirurgia?
São necessários curativos com enfaixamentos semanais no consultório durante as primeiras 4 a 6 semanas após a cirurgia. O paciente é orientado como trocar o enfaixamento em caso de afrouxamento ou contato com água.
Matéria por
Cinthia Monteiro Mendes
Ortopedia e Traumatologia CRM/MG 42.502 | RQE 21463 | Uberlândia