Cálculo renal ou pedra nos rins é uma doença que atinge cerca de até 15% da população, sendo 4 vezes mais comum em homens do que mulheres, com ocorrência maior na faixa etária dos 40 aos 60 anos.
A formação do cálculo renal está ligada a fatores genéticos, distúrbios metabólicos, alterações da anatomia do sistema urinário e principalmente a baixa ingestão de líquidos. O tratamento do cálculo renal vai depender do tamanho do cálculo, sua localização e de sua constituição (dureza).
Os cálculos “pequenos” localizados no rim, sem dar sintomas, podem ser acompanhados com exames de imagem e é orientado ao paciente a aumentar a ingesta de líquidos e atividade física. Quando os cálculos são maiores ou associados à dor, infecção, sangramento ou obstrução, será necessário tratamento específico. Há poucos anos, a maioria das pedras exigia um procedimento cirúrgico convencional com extensa incisão na pele e musculatura do paciente e de recuperação lenta.
Atualmente, as cirurgias abertas tem perdido espaço para métodos menos agressivos, os procedimentos endoscópicos e as cirurgias minimamente invasivas, que podem ser utilizados isoladamente ou em conjunto para o sucesso do tratamento. A litotripsia extracorpórea (LECO) é um tratamento que utiliza ondas de choque que fragmentam o cálculo em pequenas partes, sendo eliminados pela urina, com a vantagem de ser um tratamento ambulatorial, feito com sedação, sem necessidade de internação ou corte.
Com o desenvolvimento de novas tecnologias como a miniatuarização dos instrumentos e o laser, é possível a realização de procedimentos endoscópicos através da uretra do paciente, com acesso a praticamente qualquer parte do sistema urinário para tratamento dos cálculos urinários. Empregando um ureterorrenoscópio flexível, o urologista acessa o sistema urinário do paciente através da uretra e o percorrre até encontrar o cálculo, que pode estar localizado na bexiga, ureter ou no rim. Através deste instrumental, é passado uma fibra óptica que irá aplicar a energia do laser no cálculo, causando a sua fragmentação ou completa destruição.
Esse procedimento requer anestesia e internação. Existem ainda as cirurgias minimamente invasivas como as videolaparoscópicas e as percutâneas, usadas para tratamento dos cálculos maiores que 2 centímetros, que são menos agressivas do que a cirurgia aberta convencional. Todos os métodos de tratamento possuem vantagens e desvantagens, mas o desenvolvimento da tecnologia tem melhorado a taxa de resolução dos cálculos renais com cada vez menos desconforto para o paciente e o retorno mais rápido às suas atividades diárias.
Matéria por
Guilherme Salati Stangarlin
Urologia CRM/MS 4923 | RQE 3718 | Campo Grande