Perda de líquido ou bolsa rota é a ruptura prematura das membranas espontaneamente, antes do início do parto. Quando acontece após 37 semanas de gestação, o início das contrações de parto inicia nas primeiras 28 horas.
Causas mais frequentes
1. Vaginites persistentes que originam inflamação das membranas que, por sua vez levam à infecção intrauterina;
2. Gestação de gêmeos;
3. Excesso de líquido na chamada bolsa d’água;
4. Esforço físico exagerado;
5. Tabagismo;
6. Procedimentos no colo uterino anteriores a gravidez, como conização;
7. Cerclagem do colo uterino, que é um procedimento realizado no colo durante a gravidez.
O líquido é produzido pelas secreções e urina do bebê, por isso sua perda não lhe faz falta. Quanto antes do fim da gestação, ocorre esse sintoma maior à sua gravidade.
Como saber se é mesmo bolsa rota?
A própria gestante pode reconhecer que a bolsa rompeu quando escoa líquido pelas pernas e atinge o solo ou molha toda a cama se estiver deitada. Pequenas perdas que apenas molham as roupas íntimas geralmente são originárias de secreções do colo e vagina, porém convém uma consulta com seu obstetra. O diagnóstico pode ser realizado com mais propriedade pelo obstetra, que dispõe, além do exame físico, da ultrassonografia e do laboratório de exames bioquímicos, que conta com exames específicos para pesquisa de bolsa rota.
Qual o melhor tratamento?
A prematuridade e a infecção são as maiores preocupações para o obstetra e o (a) pediatra, bem como para os pais. Em qualquer idade gestacional, a evidência de trabalho de parto, infecção intrauterina ou comprometimento da vitabilidade fetal, está prontamente indicada a interrupção da gravidez.
Importante:
É necessário estar atento para contrações exageradas ou sangramento vaginal após romper a bolsa porque isso pode estar relacionado a descolamento de placenta, condição que exige que o bebê nasça, se parto vaginal ou cesárea é o obstetra que decide. A monitoração eletrônica (map) dos batimentos cardiofetais é uma arma muito importante para o obstetra se guiar. Também deve ser feita a pesquisa do estreptococo do grupo b e, se positiva, deve ser feita a profilaxia antibiótica.
É necessário hospitalizar?
Se a gestação estiver entre 24 e 33 semanas, é importante a hospitalização. Nessa fase da gravidez, é necessário o uso de antibióticos, corticoides para amadurecimento pulmonar e sulfato de magnésio que visa a proteção do cérebro do bebê. Se a gestante foi vítima de bolsa rota em outra gravidez, é importante que ela receba suplementação de progesterona, geralmente via vaginal, entre 16 e 24 semanas.
Matéria por
Aliceu Kannenberg
Ginecologia e Obstetrícia CRM/SC 1265 | RQE 6577 | Chapecó