O parto constitui-se num processo de transição que coloca um ponto final no estado da gravidez e dá início ao puerpério ou pós-parto. Esta nova fase abrange um período de cerca de quarenta dias e se apresenta com características altamente relevantes para as pessoas envolvidas e, em especial, para a puérpera.
Durante os longos meses de gestação, a mulher foi se adaptando às transformações internas e externas que ocorriam lenta e gradualmente. Com o nascimento do bebê, nasce uma família. As mudanças são bruscas e tudo muda em sua vida.
É natural que diante de tanta mudança a mãe sinta melancolia e tristeza pós-parto que também é conhecido como blues puerperal. Este atinge até 60% das mães e acontece nos primeiros dias que seguem o parto podendo durar até uma ou duas semanas. Os principais sintomas do blues puerperal são: mudanças repentinas de humor, perda do apetite, sentimento de solidão, preocupação, nervosismo e vontade de chorar. É possível que as enormes mudanças hormonais da gestação sejam responsáveis por esses sintomas, que tendem a desaparecer em questão de dias.
A depressão pós-parto é bem mais séria do que uma melancolia passageira. Enquanto a maior parte das mães consegue superar aquela tristeza inicial e passa a curtir seus bebês, uma mulher com depressão pós-parto fica cada vez mais ansiosa e tomada por sentimentos desagradáveis. Na depressão pós-parto, que atinge 10% das mulheres, os sintomas começam a se apresentar após alguns dias do nascimento e podem durar até meses, são eles: falta de interesse sexual, perda ou ganho de peso excessivo, sentimento de incompetência, baixa autoestima e isolamento social.
O mais importante é a mãe ou os familiares perceberem a alteração e procurarem ajuda. O tratamento do blues puerperal é bem simples, muitas vezes, apenas algumas noites bem dormidas podem resolver o quadro. Há também a possibilidade de frequentar grupos de mulheres que estejam passando pela mesma situação, que juntas se ajudam a superar o problema.
Já a depressão pós-parto sempre precisa ser acompanhada por um profissional. Conversar com alguém treinado para lidar com o que você está sentindo pode ser de grande ajuda. Na maioria das vezes somente a terapia já é suficiente para reverter o quadro, embora, em alguns casos haja também a necessidade de associar ao tratamento algum tipo de medicação (que só pode ser prescrita por médicos). Não se intimide em procurar ajuda especializada e encare isso como um ato de amor pelo seu bebê, para que você possa ser de fato a mãe que sempre sonhou ser.
Matéria por
Ellen Cristina Soares Ceranto
Psicóloga CRP: 08/12412 | Umuarama
Sumaia Mahmoud Nage
Psicóloga CRP: 08/12684 |