A Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) é a principal causa de cegueira na população acima de 55 anos. Sua prevalência aumenta com a idade acometendo uma a cada 4 pessoas acima de 75 anos. Como seu próprio nome sugere é uma doença que tende a ser cada dia mais comum na prática clínica devido ao envelhecimento natural da população mundial, que tem sua expectativa de vida cada dia maior. Prova disso que a incidência dessa doença vem aumentando nas últimas décadas na ordem de 30 a 40%, apesar de doenças oftalmológicas como a catarata e glaucoma, que atingem a mesma faixa populacional, terem apresentado, aparentemente, redução dos seus registros.
É uma doença de causa ainda não determinada, mas relacionada a múltiplos fatores: idade, etnia branca, olhos claros, tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, ingestão aumentada de gorduras, exposição aumentada à luz solar e consumo de álcool.
A DMRI pode se apresentar de duas formas distintas: DMRI Seca ou DMRI Úmida. A DMRI Seca é responsável por 90% dos casos da doença, no entanto é a forma mais branda sendo responsável por apenas 20% dos casos de cegueira atribuídos a doença. Já a DMRI Úmida ou Exsudativa apesar de menos prevalente, correspondendo a 10% do total de casos da doença, é responsável por 80% do total de casos de cegueira atribuídos a DMRI.
O diagnóstico deve ser suspeitado na consulta oftalmológica de rotina e confirmada com exames específicos voltados à Retina, parte do olho onde a doença se manifesta. Exames de Angiografia Fluoresceínica e OCT de mácula são essenciais para diagnóstico e acompanhamento da doença.
O tratamento da forma Seca visa estabilização da doença e evitar que evolua para forma Úmida. Hoje em dia baseia-se no uso de vitaminas e antioxidantes vias orais ingeridos diariamente, associado a medidas socioambientais como evitar exposição excessiva a luz, combate ao sedentarismos, não tabagismo, aumentar ingesta de vegetais e folhas verdes e reduzir ingesta de alimentos ricos em gorduras. Já a DMRI Exsudativa tem seu tratamento voltado para aplicações de injeção intraocular (intravítrea) de fármacos conhecidos como Anti-VEGF. O tratamento e acompanhamento devem ser realizados de preferência por um especialista em Retina.
Portanto, consultas oftalmológicas periódicas anuais são de extrema importância para um diagnóstico precoce, uma vez que a DMRI em estágios avançados reduz a habilidade individual de realizar as atividades diárias que requeiram visão central nítida, estando associada com elevado risco de depressão e dependência social, o que vem representar um importante impacto socioeconômico para o Estado.
Matéria por
Davidson Luís de Sousa
Oftalmologia CRM/GO 16008 | RQE 11059 | Rio Verde