O diabetes é hoje a maior causa de cegueira na população adulta. Isso porque o diabetes não controlado pode levar a complicações em diversos órgãos, inclusive nos olhos.
O Brasil ocupa a 4ª posição entre os países com maior prevalência de diabetes: 13.4 milhões de pessoas portadoras de diabetes. Isto corresponde a aproximadamente 6.5% da população entre 20 e 79 anos de idade. Destes, 90% dos pacientes com Diabetes tipo 1 e 60% dos pacientes com Diabetes tipo 2 devem desenvolver uma retinopatia diabética ao longo da vida, que prejudicará sua visão e, se não for tratada, poderá causar cegueira. A retinopatia diabética acomete a visão devido ao excesso de glicose nos vasos dos olhos, que causam danos à retina. A retina é a camada em que estão as células que recebem luz e enviam a imagem ao cérebro. Com o excesso prolongado de açúcar no sangue, as células se deterioram se tornando mais permeáveis, possibilitando a formação do edema. Além disso, pode ocorrer o acúmulo de material na parede dos vasos levando a um bloqueio do fluxo de sangue naquele vaso. Essas lesões podem ocasionar vazamento de fluido ou de sangue, e levar à distorção das imagens captadas pela retina. Esse fenômeno é chamado de retinopatia diabética.
Existem dois tipos: a retinopatia diabética não proliferativa e a proliferativa:
• Não proliferativa (RDNP) É o primeiro estágio da doença, afetando principalmente o centro da visão, ou seja, a mácula. Há uma grande quantidade de vasos da retina bloqueados, o que impede a passagem de sangue e oxigênio. Ocorrem edema e aneurismas na região central da retina com consequente perda visual.
• Proliferativa (RDP) É a etapa mais avançada da retinopatia, caracterizada pelo crescimento de neovasos sanguíneos na retina com consequente sangramento e fibrose. É o tipo mais grave, pois leva a perda súbita da visão por sangramento ou descolamento da retina.
Para o correto diagnóstico e acompanhamento da Retinopatia Diabética são necessários exames complementares, através de fotografias, como a Retinografia, Angiografia e OCT (Tomografia de Coerência Óptica), que avaliam anomalias vasculares, hemorragias, pequenos aneurismas e proliferação de novos vasos. O tratamento da Retinopatia depende do grau de progressão em que o paciente se encontra.
Para a RDNP, o tratamento está baseado na retirada do edema macular com a aplicação intraocular de antiangiogênicos e na fotocoagulação a laser. Para a RDP o tratamento é mais complexo, porque em alguns casos também é necessária a realização de uma cirurgia intraocular. Da mesma forma que o tipo anterior, são necessários a aplicação das drogas antiangiogênicas e a fotocoagulação com laser, mas de forma mais intensa e em maior número.
Quando ocorre sangramento intraocular, que obstrui totalmente a visão, é necessária a remoção desse sangue por meio de uma cirurgia chamada Vitrectomia. Também, nos casos em que existe um descolamento de retina causado pela retinopatia diabética é necessária a cirurgia. A melhor forma de prevenção da retinopatia diabética é manter os níveis de glicemia sob controle, através uma dieta adequada, uso de pílulas hipoglicemiantes, insulina ou com uma combinação destes tratamentos.
Matéria por
Alexander Rodrigo Hasimoto
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