"A pandemia COVID-19 levou ao isolamento social e muitas crianças deixaram de frequentar creches e escolas. Nesse momento, observamos uma queda significativa de quadros respiratórios nas crianças, com diminuição de internações e da necessidade de procura aos serviços de pronto-atendimento."
Pediatras e familiares tiveram um momento de calmaria! No entanto, com o gradual retorno das atividades e afrouxamento das medidas de isolamento tivemos um boom de doenças respiratórias, até mesmo um pouco antes do período esperado de outono e inverno.
Acredito que ainda necessitaremos de estudos para entender toda essa dinâmica observada nesse ano de 2022, mas agora as infecções respiratórias voltaram com força total. Dentre os vários quadros apresentados, vamos destacar aqui hoje a BRONQUIOLITE.
Trata-se de uma infecção viral dos bronquíolos (pequenos canais que levam o ar aos pulmões). O principal agente causador é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas outros vírus como adenovírus, parainfluenza, influenza e rinovírus também podem ser agentes.
Devido a infecção do bronquíolo, essa estrutura fica edemaciada e com acúmulo de secreção, dificultando a passagem de ar para os pulmões. Dessa forma, a criança pode evoluir com cansaço para respirar, chiado, tosse, diminuição das mamadas e febre.
Geralmente, é precedida por 2 a 3 dias de sintomas de resfriado, como coriza e tosse leve. Na grande maioria das vezes, as crianças evoluem bem, não necessitando de internação hospitalar. Entretanto, algumas crianças possuem maior risco de evoluírem com quadros mais graves com insuficiência respiratória e necessidade de internação, sendo elas: menores de 1 ano, prematuros, portadores de doenças cardíacas ou doença pulmonar crônica e bebês com baixo peso ao nascimento.
O tratamento não necessita de antibiótico já que se trata de quadro viral auto-limitado, e consiste basicamente em mediações para febre, lavagem nasal e inalação com soro fisiológico. Em alguns casos, o pediatra pode indicar a inalação com broncodilatadores. Nas crianças que necessitam de internação, o fornecimento de oxigênio é o principal tratamento.
Devemos estar alertas aos sinais de gravidade da Bronquiolite e sempre lembrar na importância de ter um pediatra que acompanhe a criança e forneça as orientações necessárias.
Matéria por
Raquel Souza de Oliveira
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