Estrias são cicatrizes lineares e atróficas (com diminuição da espessura da pele). As causas das estrias são desconhecidas, mas fatores genéticos, hormonais e um aumento de tensão na pele, como ocorre quando há um aumento de peso, parecem estar envolvidos. Há uma ruptura do tecido elástico e conjuntivo da pele, formando assim, as cicatrizes.
As estrias geralmente são assintomáticas, mas coceira leve pode ocorrer no local, na época do surgimento destas. Portanto, o incômodo principal das estrias é estético. Inicialmente, podem ser róseas ou arroxeadas e, depois, se tornam esbranquiçadas. No início, também podem ser ligeiramente elevadas em relação à pele e, posteriormente, se tornam atróficas. Localizam-se, principalmente, nas mamas, nádegas, abdome e coxas no sexo feminino, e nos braços e costas, no sexo masculino.
Ocorrem, com maior frequência, durante a gravidez, uso inadequado de corticoides tópicos, uso prolongado ou em altas doses de corticoides sistêmicos, doenças endócrinas, como a síndrome de Cushing, doenças genéticas, como a síndrome de Marfan, adolescência, obesidade, pacientes que realizam exercícios físicos exagerados com grande aumento da massa muscular, após cirurgia para aumento da mama (prótese de silicone) e em outras situações mais raras.
Na gravidez, ocorre em 50 a 80% das grávidas, surgindo mais comumente no último trimestre. Parece relacionar-se com aumento rápido de peso ou grande distensão do abdome e/ou mama. Fatores genéticos parecem também estar envolvidos, sendo mais frequentes em grávidas com história de estrias nas coxas e mamas surgidas durante adolescência ou com familiares que também apresentam estrias. O grande aumento de hormônios também propicia o surgimento de estrias durante a gravidez.
Na adolescência, relaciona-se principalmente com crescimento e/ou aumento depeso rápidos e com a grande produção hormonal que ocorre nesta fase. Ocorre em 70% das mulheres e em cerca de 40% dos homens.
O tratamento das estrias representa um desafio e os resultados nem sempre são satisfatórios. O ideal é que seja realizado logo que as estrias aparecem, na fase em que são recentes, rosadas, antes que se tornem tardias, brancas. Os tratamentos conhecidos podem ser feitos de forma isolada ou em associações: ácido retinoico em creme e em concentração elevada (pode causar irritação da pele e, por isso, precisa de acompanhamento por dermatologista); creme com ácido glicólico; creme com vitamina C; microdermoabrasão; radiofrequência; vários tipos de luzes e laser – laser de corante pulsado (dye laser), excimer laser, luz intensa pulsada, laser Nd:YAG, laser de érbio e laser de CO2 fracionado. Os resultados dos tratamentos são variáveis, pode haver melhora e até regressão das estrias, como nenhum efeito. A maioria dos estudiosos considera que nenhum tratamento isolado é melhor e que o futuro certamente dependerá dos avanços nas tecnologias a laser. Sempre é importante o uso de hidratantes que melhoram a qualidade da pele.
Em relação à prevenção, é necessário ter em mente os fatores relacionados com o aparecimento das estrias. Deve-se evitar aumento de peso ou aumento excessivo da massa muscular, principalmente em períodos mais críticos como na adolescência e gravidez. O uso de cremes e massagens durante a gravidez parece diminuir a incidência das estrias, portanto deve ser estimulado.
Matéria por
Perola Peres da Fonseca e Castro
Dermatologia CRM/RJ – 52-892807 | RQE 21888 | Macaé
Vera Peres Gloria da Fonseca e Castro
Dermatologia CRM/RJ 5225230-8 | RQE 3075 |