Dados do Ministério da Saúde revelam o aumento da obesidade no Brasil. Segundo o levantamento, uma em cada cinco pessoas no País está acima do peso. A prevalência da doença passou de 11,8%, em 2006, para 18,9%, em 2016.
O crescimento da obesidade também pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que pioram a condição de vida e podem matar.
Um dos motores do aumento da obesidade é a mudança generalizada nos padrões de consumo, muitas famílias vêm trocando os pratos tradicionais, preparados em casa com alimentos frescos, por alimentos ultra processados e de baixa qualidade nutricional, com alto conteúdo de açúcares, sódio e gorduras.
O sedentarismo é outra causa indutora da obesidade, ele prevalece em 41% dos homens e 50% das mulheres. Pesquisas também mostram a importância da herança genética. Normalmente, pais com peso normal têm em média 10% dos filhos obesos. Quando um dos pais é obeso, 50% dos filhos certamente o serão e quando ambos são, esse número pode subir para 80%.
Problemas hormonais, tais como, alterações nas funções das glândulas tireoide, suprarrenais e da região do hipotálamo também podem provocar a obesidade. O tratamento clínico é a primeira opção para se livrar do excesso de peso, normalmente após uma avaliação de um médico endocrinologista, excluídas as causas clínicas, deverá ser proposto uma mudança nos hábitos alimentares, reorganização dos horários de refeição e estímulo a prática de atividade física. Alguns casos especiais podem necessitar de uso de medicações que otimizem a perda de peso e facilite as mudanças comportamentais.
A avaliação nutricional com um nutricionista é de extrema importância, assim como a avaliação com fisioterapeuta, educador físico, psicólogo e psiquiatra. O objetivo é a conscientização da sua relação com a comida e o que ela representa na vida do paciente, da necessidade de trocar o sedentarismo e a má alimentação por hábitos de vida mais saudáveis que contemplem atividade física e uma dieta balanceada.
Nos casos em que ocorre falha no tratamento clínico da obesidade e o mesmo se mostra ineficaz, o tratamento cirúrgico deve ser considerado. Existem vários tipos de cirurgias disponíveis, cabe ao médico apresenta- -las ao paciente e recomendar a mais apropriada e segura para cada caso.
A cirurgia bariátrica e metabólica é destinada ao tratamento da obesidade mórbida e ou grave e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele. As cirurgias se dividem em procedimentos restritivos, são procedimentos que reduzem a capacidade do estômago para receber alimentos, os disabsortivos, que diminuem a absorção dos alimentos, e os mistos, que fazem as duas coisas.
As técnicas mais realizadas no mundo são: o ByPass Gástrico e a Gastrectomia Vertical (Sleeve). O Bypass hoje ainda é a cirurgia mais realizada no Brasil, mas vem perdendo espaço para o Sleeve, hoje no mundo a cirurgia de Sleeve é a mais realizada. No Bypass é feito um grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial que diminui a absorção e aumenta os hormônios da saciedade. Já no Sleeve o estômago é grampeado e transformado num tubo, sendo o restante do estômago removido.
A indicação cirúrgica deve ser baseada na análise de quatro critérios: IMC, idade, doenças associadas e tempo de doença.
Matéria por
Nícolas Gonçalves Lamas
Cirurgia do Trauma CRM/PR 20949 | RQE 14557 | RQE 526 | Apucarana