Durante a uma ultra-sonografia abdominal o médico encontra um ou mais nódulos no seu fígado. E agora, o que fazer?
Um dos principais motivos que levam pacientes a procurar clínicos, hepatolologistas, cirurgiões de fígado e outras especialidades médicas no consultório é a presença de nódulos hepáticos, especialmente pelo temor de se tratar de câncer.
Sabemos que o fígado é o órgão que apresenta mais frequentemente implantes secundários de neoplasias malignas de outros órgãos do aparelho digestivo, além de desenvolver tumores primários (que surgem do próprio fígado).
Felizmente a maioria dos nódulos no fígado são tumores benignos que podem surgir espontaneamente sem fatores de risco conhecidos ou por influência de anticoncepcionais orais, por exemplo.
Geralmente não causam sintomas, e na imensa maioria das vezes são achados de exames de imagem como ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Alguns sintomas podem sugerir a presença de câncer no fígado como icterícia (olhos e pele amarela), coceira, náuseas e vômitos, dor abdominal, aumento do volume abdominal, perda de peso e falta de apetite. A cirrose hepática, tanto causada por álcool, vírus da hepatite e por esteatose hepática (gordura no fígado) é um fator de risco para tumores do fígado, especialmente o hepatocarcinoma.
Os principais tipos de tumores benignos do fígado são: hemangioma, adenoma hepatocelular, hiperplasia nodular focal e cistos. E quase sempre não são tratados com cirurgia, mas apenas com acompanhamento clínico, laboratorial e por exames de imagem como a tomografia e a ressonância.
Existem critérios bem estabelecidos pela literatura médica para indicar o acompanhamento ou cirurgia para retirada desses nódulos que pode ser através de cirurgia convencional ou por laparoscopia (cirurgia com pequenos furos no abdome por onde entram microcâmera e pinças). Em alguns casos pode se indicar apenas biopsia do nódulo.
É fundamental a avaliação por um especialista para também diferenciar esses nódulos hepáticos de tumores malignos primário do fígado (como hepatocarcinoma e colangiocarcinoma) ou secundários de outros locais, que são chamados neste caso de metástase, por exemplo tumores provenientes do intestino.
Já dispomos, nos principais centros de radiologia de Rondonópolis, de um contraste hepatoespecífico usado na ressonância magnética que pode definir importantes diferenças entre esses nódulos. Este contraste pode auxiliar com mais precisão a conduta a ser tomada, podendo definir o diagnóstico e evitar exames invasivos.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento clínico e radiológico dos nódulos do fígado são fundamentais para definir o melhor tratamento.
Caso seu exame tenha detectado um nódulo no fígado é importante que passe em avaliação com um médico especialista para que este realize a investigação e orientação apropriada para seu caso.
Matéria por
Leandro Dutra Peres
Cirurgia do Aparelho Digestivo CRM/MT 9035 | RQE 4283 | RQE 4338 | RQE 4339 | Rondonópolis
LEANDRO MROZINSKI
Cirurgia Geral CRM/MT 4751 | RQE 2057 |