Das patologias do esôfago a Acalasia hoje está se tornando muito popular em função do envelhecimento populacional e também, por que não dizer, da ainda triste incidência e alta prevalência da Doença de Chagas. A disfagia (dificuldade para engolir) por acalasia afeta hoje em torno de 1 para cada 100 mil pessoas, tanto homens quanto mulheres predominando na faixa etária de 30 a 60 anos. Estes indivíduos afetados apresentam dificuldade de deglutição de sólidos a líquidos, regurgitação de alimentos não digeridos ou mesmo saliva, dor torácica e perda de peso.
Pacientes com quadros disfágicos devem ser investigados e quando o seu médico considerar pertinente outros exames como endoscopia digestiva alta com biópsia, pHmetria, manometria e sorologias devem ser consideradas. Tais exames podem e devem ser utilizados pois, associações com doenças funcionais, reumatológicas, inflamatórias, infecciosas, degenerativas e oncológicas devem ser descartadas.
O diagnóstico de Acalásia deve se basear na Manometria Esofágica tanto Convencional, como a Manometria de Alta Resolução (MAR), já disponível em Rondonópolis, cuja introdução de oito sensores a mais proporcionou localizar mais facilmente os pontos anatômicos como os esfíncteres superior e inferior. Soma-se como vantagem a aquisição simultânea de dados referentes ao esfíncter superior, corpo esofágico e esfíncter inferior do esôfago além de proporcionar maior conforto ao paciente devido ao tempo reduzido de exame.
Existem hoje muitos tratamentos que trabalham na redução do tônus muscular do esfíncter inferior, a saber: injeções de toxina botulínica, reservados aos pacientes que devido ao alto risco cirúrgico não tolerariam os procedimentos mais invasivos; dilatações endoscópicas com balão, mais efetivas que as injeções de toxina botulínica e uma alternativa interessante à cirurgia no curto prazo, porém menos efetiva que a cirurgia em 5 a 10 anos; Miotomia esfincteriana videolaparoscópica a Heller; Miotomia Endoscópica Peroral, sendo menos invasivo e com menor comorbidade que cirurgia de miotomia esfincteriana (Heller). Para os pacientes com sintomas leves e não candidatos a tratamento cirúrgico ainda existe a opção por nitratos e bloqueadores dos canais de cálcio, tendo como desvantagem que mais de 20% necessitarão de novo tratamento em 5 anos.
A esofagectomia hoje pode ser aplicada por videolaparoscopia de maneira semelhante e com resultados melhores em morbi-mortalidade. Realizada em dois campos: cervical e abdominal, resultam e bom efeito estético, causando menos dor, menores complicações cardio-pulmonares, e um retorno mais rápido às suas atividades laborativas.
Iniciando-se com a liberação ampla do estômago, liberação do esôfago cervical, retirada em bloco da cavidade. Secção e retirada da peça cirúrgica. Confecção do tubo gástrico longo que será usado para reposição do trânsito alimentar.
Assim, a esofagectomia, apesar de taxas médias de morbidade de 24% e mortalidade de 3,9%, tem um grande emprego nos casos de acalasia grau IV. Muitos cirurgiões preferem como primeira abordagem a esofagectomia para casos com megaesôfago avançado.
Matéria por
Leandro Dutra
CRM/MT 9035 | RQE 4283 | RQE 4339 | Rondonópolis
LEANDRO MROZINSKI
Cirurgia Geral CRM/MT 4751 | RQE 2057 |