A videolaparoscopia, popularmente chamada de laparoscopia, é uma cirurgia minimamente invasiva que tem como objetivo diagnosticar e tratar doenças que acometem a região abdominal. A operação é realizada em ambiente hospitalar, por meio da introdução de uma pequena câmera através da cavidade pélvica, sem a necessidade de grandes cortes externos na pele. Habitualmente, são realizadas duas pequenas incisões na região inguinal (na altura da virilha) e uma incisão na região umbilical. A microcâmera incorporada no equipamento permite que o especialista tenha uma visão ampla e profunda da cavidade, avaliando em grande aumento e com alta definição os órgãos e tecidos internos. Dessa forma, é possível realizar cirurgias mais minuciosas e detalhadas, sendo essas as vantagens estabelecidas pelos especialistas. Já para as pacientes, os maiores benefícios são:
• Recuperação pós-operatória mais rápida;
• Menor trauma na parede abdominal;
• Menor risco de infecção;
• Cicatrização menos evidente;
• Menor custo com medicações;
• Maior garantia e segurança na eficácia do diagnóstico e tratamento.
Atualmente, existem diversos procedimentos que podem ser efetuados por meio desse sistema, sendo essa, na grande maioria, a técnica cirúrgica mais segura. As complicações severas são raras, acometendo apenas 1 a cada 1.000 pacientes. A cirurgia é realizada sob anestesia geral e pode ser feita pelo ginecologista, gastroenterologista, cirurgião geral ou urologista, a depender do diagnóstico da doença.
Quando é necessário realizar a videolaparoscopia ginecológica?
Antes de tomar qualquer decisão sobre o tipo de procedimento a ser realizado, esse assunto deve ser amplamente discutido com o médico responsável, o qual indicará a melhor técnica para o seu problema. A videolaparoscopia ginecológica geralmente é realizada nas seguintes patologias:
Endometriose
A endometriose é uma doença ginecológica definida pelo desenvolvimento e crescimento do tecido endometrial, que reveste a cavidade uterina, em locais extrauterinos, resultando em uma reação inflamatória crônica. A enfermidade é uma das maiores indicações da videolaparoscopia, sendo que seu diagnóstico precoce e tratamento permitem uma melhora significativa da qualidade de vida das pacientes.
Cisto ovariano
Geralmente aparecem em pacientes que apresentam algum descontrole hormonal, sendo mais comuns em pacientes jovens (por volta dos 20 aos 35 anos de idade). São detectados em exames ultrassonográficos e podem causar cólicas abdominais de forte intensidade. É extremamente fundamental solicitar a avaliação do seu ginecologista com relação ao risco de malignidade do mesmo. Caso o cisto ovariano seja de grande volume ou apresente alguma característica de malignidade, a videolaparoscopia ginecológica deve ser indicada.
Mioma uterino
Mioma uterino é um tumor benigno das fibras musculares uterinas, muito frequente entre as mulheres, com maior incidência entre os 30 e 40 anos de idade. Os sintomas mais comuns são: períodos menstruais intensos, dor pélvica ou dor na relação sexual. Quando o tratamento clínico não gera resultados, a intervenção cirúrgica é indicada, podendo retirar o útero por completo ou apenas o mioma (miomectomia). Nesse caso, a laparoscopia possibilita a retirada do mioma ou do útero com o mínimo de trauma ao organismo.
Gestação ectópica
É uma gravidez desenvolvida fora da cavidade uterina, ocorrendo apenas em 1% das gestações. O local mais comum da implantação embrionária fora do útero é a porção ampular da tuba uterina.
Doenças inflamatórias
Sintomas, como corrimento vaginal abundante de odor fétido, dor abdominal, dor para urinar e hemorragia menstrual, podem ser sinais de infecção ou inflamação do trato genital feminino. Apesar de pouco divulgada, a doença inflamatória pélvica é uma das doenças responsáveis pela infertilidade, acometendo principalmente mulheres jovens e sexualmente ativas. A laparoscopia pode ser feita para confirmar esse diagnóstico, guiando o melhor tratamento. Além de todas as doenças citadas acima, o procedimento videolaparoscópico também pode ser utilizado para o diagnóstico e tratamento de doenças cancerígenas.
Recuperação após a videolaparoscopia ginecológica
Antes de receber alta hospitalar, o médico responsável deve orientar a paciente sobre os cuidados com as feridas operatórias e com relação ao retorno ambulatorial pós-cirúrgico, para a reavaliação dos pontos. Atualmente, os pontos cirúrgicos são absorvíveis e não precisam ser retirados.
Matéria por
Luiz Geraldo Hesseine Sa
Ginecologia e Obstetrícia CRM/PR 10635 | RQE 5163 | Foz do Iguaçu
Alexandre Simoes Florio
Ginecologia e Obstetrícia CRM/PR 18136 | RQE 14976 |