Desde tempos mais remotos, as pedras nos rins ou os cálculos urinários causam sofrimento ao ser humano.
O homem expele pela urina grandes quantidades de sais de cálcio, ácido úrico, fosfatos, oxalatos, cistina e, eventualmente, outras substâncias como penicilina e diuréticos. Em algumas condições a urina fica saturada desses cristais e como consequência forma-se cálculos.
Hoje, constata-se que mudanças nos regimes alimentares, promovidas pela industrialização dos alimentos, mais ricos em proteínas, sal e hidratos de carbono, aumentaram a formação de cálculos. A ingestão excessiva de alguns alimentos pode provocar, ou acelerar, distúrbios pré-existentes no nosso organismo, propiciando o desequilíbrio químico necessário para a formação destes cálculos.
Por exemplo:
Cálcio: a sua restrição dietética não é aconselhável, em sua grande maioria de casos, ao contrário do que se praticava até recentemente. A baixa ingestão de cálcio poderá favorecer a formação de cálculos renais e ainda manter suas taxas de recidiva aumentada. Sua baixa ingestão favorece o aparecimento de osteopenia (perda de cálcio dos ossos).
Sódio: sal de cozinha deve ser restringido para aproximadamente 1 colher de chá por dia. Os alimentos industrializados, em geral, como congelados, refrigerantes, sucos em caixinhas, embutidos, conservas e sanduíches, são as maiores fontes de sal em excesso.
Proteínas: principalmente as de origem animal (carnes, peixes, aves, ovos, leite e derivados) apresentam um efeito agravante quanto à formação dos cálculos.
Ingestão de líquidos: o aumento da ingestão de líquidos é provavelmente a orientação mais importante que deve ser dada para estes pacientes, pois somente esta medida, sem a ação de medicamentos, pode reduzir em 60% a incidência destes cálculos.
Uma vez que já exista uma pedra nas vias urinárias, esta deve ser seguida de perto, principalmente as maiores de 0,5 cm, que apresentam maior dificuldade para serem expelidas espontaneamente, necessitando alguma forma de tratamento para os cálculos.
Podem ser realizados quatro tipos de abordagem cirúrgica, dependente da localização, tamanho e tipo do cálculo:
1 - Litotripsia extracorpórea por ondas de choque: Nesse procedimento, não há cortes ou incisões. O paciente recebe ondas de choque que se difundem pelo corpo e concentram sobre o cálculo, fragmentando-o.
2 - Cirurgia percutânea: Nessa cirurgia realizamos pequenas perfurações na região lombar para acessar o cálculo no interior dos rins. Por meio desses pequenos orifícios realizamos a fragmentação e remoção da pedra.
3 - Ureterolitotripsia endoscópica: Nesse procedimento utilizamos um aparelho endoscópico, com uma câmera que permite visualizar o interior da bexiga e do ureter. Esse aparelho é introduzido pelo canal da urina (uretra). Assim, não há necessidade de cortes ou incisões. Por meio desse aparelho removem-se os cálculos do interior do ureter.
4 - Cirurgia convencional: Em alguns casos especiais há necessidade de se realizar cirurgia tradicional com incisão da parede abdominal para remoção dos cálculos diretamente pelo cirurgião.
O tratamento ideal é suprimir a recorrência e evitar que os cálculos existentes cresçam. Como os cálculos têm origem heterogênea e frequentemente são manifestações de doenças multissistêmicas, é impossível haver um só esquema terapêutico. Por isso, o tratamento é diversificado e prolongado, requerendo o comprometimento permanente do paciente.
Após seis meses de tratamento, deve- se repetir a sequência de exames para avaliar a eficiência da ação terapêutica. A revisão é fundamental para ajustar as medidas usadas no controle da recorrência e estimular o paciente na continuidade do tratamento.
Salientamos que as informações acima estão bastante resumidas para facilitar a compreensão. Assim, caso haja alguma dúvida procure orientações de um médico e não se esqueça o Urologista é o especialista que pode orientá-lo da melhor maneira.
Matéria por
Luiz Guilherme Baster De Figueiredo
Nefrologia CRM/MT 5552 | RQE 2022 | Cuiabá
Luiz Gonzaga De Figueiredo Filho
Nefrologia CRM/MT: 6180 | RQE: 3211 |