A palavra grega “plásticos”, que significa “modelar, dar forma”, dando nome à especialidade de Cirurgia Plástica, aplicou-se somente 2600 anos depois que manuscritos egípcios e hindus descreveram reconstruções de nariz, orelhas e lábios, quando usaram inclusive técnicas de retalhos e enxertos de pele.
Uma das primeiras publicações a referir o termo “plástica” foi em 1818 em Rhinoplastik, artigo publicado por Von Graefe, “refinado” cirurgião alemão. Embora a especialidade tenha surgido do trabalho de cirurgiões de todas as especialidades cirúrgicas, foi no segmento facial que os procedimentos começaram a identificá-la, tendo-se os médicos otorrinolaringologistas como os mais citados na convergência dos fatores que culminaram com o seu surgimento.
A mais significativa participação dos otorrinolaringologistas no surgimento da Cirurgia Plástica foi dada por Gillies, otorrinolaringologista neozelandês, que inclusive escreveu em 1920 “Cirurgia Plástica da Face”, cuja obra o distingue como o “pai da moderna Cirurgia Plástica”.
Com o recente avanço da medicina estética e aliada às modernas técnicas da cirurgia plástica facial (rinoplastia, mentoplastia, blefaroplastia, otoplastia e lifting facial) conseguimos otimizar os resultados e melhorar a autoestima dos indivíduos.
A Rinoplastia é considerada a mãe da cirurgia plástica, e a sua complexidade é devido ao fato do nariz ter uma anatomia diferenciada (pele, ossos, cartilagens, mucosa, músculos e ligamentos) e ocorrer uma grande variação da forma de acordo com origem racial do indivíduo (caucasiano, oriental, negroide, etc.).
Por estár no centro da face a rinoplastia moderna tem como principal objetivo não estereotipar o nariz (casos em todos sabem que o nariz foi operado) e sim harmonizar o nariz de acordo com o rosto do paciente.
A cirurgia do nariz não é fácil, existem casos menos e mais complexos. As limitações devem ser detalhadamente explicadas, pois jamais o médico comprometido com a ética poderá prometer um nariz parecido com o de uma atriz ou de um ator do cinema ou da televisão.
Durante a avaliação, o médico (Otorrinolaringologista/ Cirurgião Plástico Facial) deverá ouvir as principais queixas do paciente e considerar as necessidades do caso em questão, orientando ao paciente em que parte da estrutura nasal (septo, conchas, ponta, dorso, columela e asas) será necessário a correção.
Nos pacientes com queixa de obstrução nasal pode-se realizar concomitantemente outras cirurgias (rinoseptoplastia, septoplastia, turbinoplastias, turbinectomias e cauterizações das conchas nasais) para restabelecimento da função respiratória.
A cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia local com sedação ou anestesia geral, recebendo alta em 24 horas, permanecendo com curativo por sete dias e bandagem com micropore por 30 dias.
A cirurgia de nariz não é uma cirurgia dolorosa no pós-operatório, no entanto se ocorrer dor, ela poderá ser controlada com analgésicos comuns.
Recomenda-se dieta pastosa nos primeiros 3 dias e orienta-se evitar alimentos muito quentes na 1ª semana.
Frequentemente ocorrem edema e hematoma. Em decorrência do edema residual o resultado definitivo só poderá ser observado 9 a 12 meses após a cirurgia.
Deve-se evitar a exposição solar (recomenda- se a utilização de filtro de proteção solar) e traumas por um período mínimo de 90 dias. O processo cicatricial pode levar alterações dos mais diversos tecidos que fazem parte da estrutura do nariz, e em média, 15% dos casos podem necessitar de uma revisão pós-operatória, e não é considerada incapacidade técnica, mas sim a necessidade de um retoque, para se alcançar resultados ainda mais satisfatórios.
As complicações são raras e dentre elas podemos citar: hemorragia, obstrução nasal, infecção, assimetrias e problemas anestésicos.
E como uma dica final, verifique a formação do seu médico, e procure referências do mesmo com outros médicos ou mesmo com outros pacientes que já foram operados por ele.
Matéria por
Mário Espósito
Otorrinolaringologia CRM/MT 2338 | Cuiabá