A instabilidade anterior do joelho tratada com a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) é um procedimento que apresenta bons resultados clínicos, no entanto, estima-se um índice de insucesso entre 1,8% a 14%, sendo a persistência da instabilidade anterolateral avaliada pelo teste de pivot-shift no pós-operatório, uma das causas desse insucesso.
O paciente queixa-se de manuntenção de certa instabilidade no joelho operado, de insegurança, e nos casos mais graves, nova lesão do LCA, com ruptura do neoligamento.
O ligamento ântero-lateral (LAL) atualmente é definido como um ligamento distinto, extrarticular, que fornece estabilidade rotatória ao joelho, o que o LCA isolado não fornece, pois este último fornece a estabilidade ântero-posterior da tíbia.
Assim, do ponto de vista biomecânico, em casos selecionados, se propõe a necessidade de reconstrução combinada intra e extrarticular do LCA e do LAL, promovendo uma estabilidade combinada anteroposterior e rotacional, evitando assim a falha do neoligamento ou a manuntenção da instabilidade sentida pelo paciente no pós-operatório de reconstrução do LCA.
O diagnóstico da lesão do LAL é dado pela ressonância magnética (na minoria dos casos) e pelo exame físico (teste do pivot-shift e da assimetria de anteriorização do planalto tibial com rotação interna da tíbia em flexão de 30º a 60º). Portanto é muito importante o exame físico do paciente antes da realização da cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anterior.
Os critérios usados para reconstrução do LAL associado à lesão do LCA são:
Existe uma grande variedade de técnicas de reconstrução do LAL. Particularmente, a que mais utilizo é a técnica dos flexores enlaçados, a qual utiliza os tendões flexores (semitendíneo e grácil) para reconstruir tanto o LCA quanto o LAL.
Matéria por
Thiago Augusto Corrêa
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