Doença de Crohn
A doença afeta tipicamente toda a espessura da parede intestinal. O mais habitual é que se manifeste na porção mais baixa do intestino delgado (íleo) e no intestino grosso, mas pode ocorrer em qualquer segmento do trato gastrintestinal, ou seja, da boca ao ânus.
Nas últimas décadas, a incidência da doença de Crohn vem aumentando muito. Ocorre aproxima-damente em igual proporção nos dois sexos; é mais comum entre os judeus e tem tendência para surgir em famílias com história de colite ulcerosa. Quase todos os casos surgem antes dos 30 anos, mas a maioria começa entre os 14 aos 24 anos.
A causa da doença de Crohn é desconhecida. As investigações centraram-se em três possibilidades principais: disfunção do sistema imunológico, infecções e a dieta alimentar.
Sintomas e complicaçõesOs primeiros sintomas mais característicos da doença de Crohn consistem em diarréia crônica podendo conter sangue, dor abdominal do tipo cólicas, febre, perda do apetite e perda de peso.
As freqüentes complicações da inflamação incluem o desenvolvimento de obstrução intestinal, fístulas anais e abscessos perianais. A perfuração do intestino delgado é uma complicação rara. Quando o intestino grosso é afetado pela doença de Crohn, normalmente surge diarréia sanguinolenta. O risco de câncer do cólon aumenta com os anos.
A doença de Crohn pode afetar outros órgãos fora o trato gastrintestinal como: articulações, olhos e pele.
A doença normalmente reativa-se em intervalos regulares ao longo de toda a vida. Estas crises podem ser breves ou prolongadas. Não se sabe porque é que os sintomas aparecem e desaparecem e o que é que desencadeia novas crises ou determina a sua gravidade.
DiagnósticoO diagnóstico é realizado através do exame clinico do paciente, exames laboratoriais, Rx contrastado do intestino delgado e grosso, tomografia de abdôme, endoscopia digestiva alta e colonoscopia com biopsia.
Tratamento e prognósticoNão existe tratamento curativo para a doença de Crohn, embora muitos tratamentos reduzam a inflamação e aliviem os sintomas. O tratamento pode incluir medicação, complementos nutricionais, cirurgia ou a combinação das três. Os medicamentos mais usados são os aminosalicilatos e corticosteróides. Podem ser usados ainda antibióticos e imunossupresso-res. A diarréia pode ser aliviada com uso de loperamida.
Algumas pessoas sofrem de intolerância alimentar, muitas vezes à lactose, comida picante, chocolate, álcool, café, leguminosas e especiarias; assim, o regime alimentar deve ser individualizado. Através da dieta pretende-se manter ou aumentar o peso através dos hidratos de carbono de absorção rápida, mas também de gorduras numa quantidade bem tolerada.
Quando o paciente é muito ansioso ou nervoso, pode se fazer necessário o tratamento concomitante com outros profissionais, como psiquiatra e psicólogo.
Prognóstico - A maioria dos casos é moderada e controlada pela medicação e a vida normal é possível. A taxa de mortalidade é de 15% em 30 anos com a doença. No entanto pode ser muito debilitante para alguns outros, sem provocar a morte.
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Dror Yona
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