Com a forma semelhante a de uma borboleta (ou de um escudo), a glândula tireoide é localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do “Pomo de Adão”. Ela é responsável pela produção dos hormônios tireoidianos (T3-triiodotironina , T4-tiroxina entre outros) que regulam o metabolismo do corpo.
A tireoide é relativamente pequena, mas é uma das maiores glândulas do corpo. Ela atua no crescimento e desenvolvimento de crianças e de adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional,ou seja, em todos os sistemas do nosso corpo.
Ocasionalmente, algumas pessoas se confundem quanto à grafia do nome: “tireoide” ou “tiroide”?. Contudo, as duas nomenclaturas são aceitas.
Como todo órgão ela pode ser acometida por várias doenças,que apresentam sinais/sintomas e tratamentos específicos (portanto o tratamento de um paciente não é necessariamente o mesmo de outro paciente).
De forma simplista há dois grandes grupos de doenças da tireóide:
1- As que alteram a estrutura anatômica (forma) da glândula;
2- As que alteram a função da glândula.
Os nódulos,os cistos e os cânceres são as principais doenças que alteram a forma da glândula. Em termos de prevenção, o exame clínico é o mais importante, seguido, quando necessário, de ultrassonografia. Quando identificado um nódulo, nem sempre é necessária a realização de punção ou biópsia, a indicação depende das características clínicas e da ultrassonografia.
Quando a tireoide não funciona de maneira correta, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo, ou em excesso, ocasionando o hipertireoidismo. E bom lembrar que alguns medicamentos também podem causar hipo/ hipertiroidismo.
Depressão, desaceleração dos batimentos cardíacos, intestino preso, menstruação irregular, falhas de memória, cansaço excessivo, dores musculares, pele seca, queda de cabelo,- discreto ganho de peso e aumento de colesterol estão entre os sintomas do hipotieroidismo.
Intolerância a temperaturas quentes, intestino solto, fraqueza nos músculos, queda de cabelo,nervosismo, ansiedade e irritação, mãos trêmulas e perda de cálcio nos ossos podem ocorrer em pessoas com hipertireoidismo.
O diagnóstico do hipo/hipertireoidismo é feito através de exames de sangue, com a dosagem dos hormônios tireoidianos (T3 e T4, fração livre) e do hormônio que regula a tireoide (TSH).
Em recém-nascidos, o hipotireoidismo pode ser diagnosticado através do “Teste do Pezinho” que deve ser feito, preferencialmente, entre o terceiro e o sétimo dia de vida da criança. No caso de confirmação do “hipotireoidismo congênito”, o tratamento precisa ser iniciado imediatamente, sob rigoroso controle médico, para evitar suas consequências, entre elas o retardo profundo do desenvolvimento intelectual . Assim, a criança poderá ter uma vida normal.
Aprenda a fazer o autoexame da tireoide. Para isso, é preciso um copo de água e um espelho.
Proceda da seguinte forma:
1. Segure o espelho e procure no pescoço a região logo abaixo do “pomo-de-adão” ou, como é popularmente conhecido, gogó. Ali está a sua glândula tireoide;
2. Incline o pescoço para trás, para que a região fique mais exposta;
3. Beba um pouco de água;
4. O ato de engolir fará com que a tireoide suba e desça. Não confunda a tireoide com o “pomo-de-adão”;
5. Observe se existe algum caroço ou saliência. Se observar alguma alteração, procure um endocrinologista. Ele é o profissional especializado sobre o assunto.
OBS: O autoexame avalia doenças estruturais da glândula e não exclue doenças do funcionamento.
Matéria por
Itamar de Brito Trajano Filho
Endocrinologia e Metabologia CRM/RR 1227 RQE 539 RQE 540 | Boa Vista