Quem nunca ouviu, pelo menos uma vez na vida, sobre a tão famosa Bursite do Ombro?
Trata-se de um termo amplamente difundido pela população, embora ainda mal compreendido por muitos. Este termo refere-se à inflamação de um tecido chamado bursa, que existe em várias articulações do nosso corpo, e também no ombro. A bursa (termo do latim, que significa “bolsa”) tem como função principal, no ombro, de facilitar o deslizamento de um grupo de tendões, denominado de manguito rotador. A bursite é na verdade, uma consequência de um diagnóstico maior, a síndrome do impacto subacromial, que é um dos problemas mais comuns do ombro e também uma das mais frequentes causas de dor nesta articulação. O manguito rotador consiste num grupo de quatro músculos, que tem papel importante na movimentação do ombro. Toda vez que levantamos o braço, os tendões do manguito rotador “deslizam”, e a bursa existe justamente para facilitar esta situação, diminuindo o impacto dos tendões sobre as estruturas ósseas ao redor.
Mas, quais são as causas de impacto? E quais seriam outras causas de bursite?
A função do manguito rotador, entre outras, é a de estabilizar a cabeça do úmero na articulação do ombro. Qualquer alteração que comprometa um ou mais grupos musculares do manguito, seja por trauma, alterações degenerativas (envelhecimento), sobrecarga (uso excessivo) associada ou não com a fadiga muscular, pode desequilibrar este sistema de deslizamento e causar impacto.
Outras causas mais comuns de bursite, além da síndrome do impacto, são:
1. Tendinite calcária, onde há uma formação de cristais de cálcio dentro do tendão, de causa ainda desconhecida;
2. Capsulite adesiva, uma espécie de retração da membrana da articulação do ombro com consequente perda de movimento do mesmo;
3. Tendinite do bíceps.
Principais sintomas:
O sintoma mais comum é a dor, que pode estar acompanhada ou não de diminuição da função articular (perda de força e amplitude de movimentos).
A dor, em geral, é referida na região anterior e lateral do braço, apesar de não haver lesão nesta região. A dor pode ser de intensidade moderada e persistente, ocorrendo episódios de agravamento (crises), que melhoram com anti-inflamatórios ou analgésicos.
Quando há rotura dos tendões do manguito rotador, é comum a dor noturna e a diminuição da força e da função do ombro. Pode haver também hipotrofia dos músculos (diminuição do volume e da força muscular).
Importante saber que a dor é um indicativo de que as coisas não estão indo bem. Sempre que apresentar dor e mau funcionamento do ombro é importante a consulta com um ortopedista com experiência nesta érea. A evolução dos métodos diagnósticos e do tratamento das lesões faz com que a maioria das alterações desta área tenham uma solução, trazendo alívio dos sintomas e melhora da qualidade de vida de quem antes sofria com a dor e limitação funcional do ombro.
Matéria por
Márcio José Munhoz Soares de Moraes
Ortopedia e Traumatologia CRM/MT 5670 | RQE 2064 | Cuiabá