A crise epiléptica, a popular convulsão, é por muitos não considerada uma doença relacionada à idade, porém vem crescendo em incidência na população idosa. Possivelmente por aumento no diagnóstico e também pela maior sobrevida da faixa etária.
As principais causas das crises são:
• Acidente vascular cerebral (derrame) (40 % a 50 %);
• Problemas metabólicos (hipoglicemia, hiponatremia, uremia, coma hiperglicêmico) (10% a 15%);
• Traumatismo cranioencefálico (5% a 10%);
• Abstinência alcoólica (5% a 10%);
• Infecções (5% a 10%);
• Intoxicações (5% a 10%).
Outro ponto confluente é a associação de demências e epilepsias. A demência mais prevalente, o Alzheimer, tem risco 10 vezes maior de epilepsia. Estima-se que 10 a 20% dos pacientes com doença de Alzheimer tenham crises.
O diagnóstico da epilepsia é clínico, mas, às vezes, difícil porque as crises podem não ser presenciadas por um observador e diversas situações como distúrbios do equilíbrio, da pressão, arritmias cardíacas e outros eventos podem falsamente ser considerados crise.
Vale salientar que nem todas as crises necessitam de tratamento medicamentoso, raramente é usado continuamente antiepilépticos após a primeira crise. E mesmo as situações de conhecimento do maior risco de epilepsia como o AVC e o TCE, não há evidências que o tratamento inicial previna o surgimento tardio.
Ainda com relação aos princípios da epilepsia no idoso, tratamento não é sinônimo de medicação, as orientações e os cuidados são essenciais. Quando indicados, os fármacos devem ser introduzidos gradativamente para diminuir potenciais efeitos colaterais, e a prioridade à monoterapia. A escolha das medicações deve ser baseada no grau de tolerância do idoso, evitando o prejuízo cognitivo e comportamental, já potencialmente influenciado por comorbidades e interações medicamentosas.
Matéria por
Danilo Magnani Bernardi
Neurocirurgia CRM/PR 20713 | RQE 16667 | Umuarama