Os aditivos alimentares são representados por antioxidantes, flavorizantes, corantes, conservantes, espessantes, entre outros. Apesar de serem frequentemente relacionados com reações alérgicas, apenas uma porção muito pequena apresenta verdadeira relação causa vs efeito, quando testados por provocação oral.
Manifestações como urticária, angioedema, asma ou anafilaxia consequentes a aditivos alimentares são extremamente raras e alguns autores chegam a desconsiderar esta possibilidade, apesar de nove entre dez pessoas associarem urticárias aos corantes e conservantes.
Reações a aditivos devem ser investigadas em pacientes com história de sintomas a múltiplos e mal referidos alimentos ou quando o mesmo alimento provocar reações quando ingerido na forma industrializada e não na forma “caseira”. Pacientes com manifestações idiopáticas de alergia também merecem investigação quanto aos aditivos. Existem alguns relatos de reações alérgicas relacionadas a aditivos como os sulfitos, eritritol (adoçante fermentativo presente em cervejas, vinhos, soja, queijos e cogumelo), anato (coloração amarelada em derivados lácteos, pipoca, cereais e sorvete), açafrão e colorau, ou carmim (corante vermelho)
De maneira geral, existe baixa correlação entre urticária e angioedema e hipersensibilidade a aditivos como glutamato monossódico, nitratos, benzoatos, parabenzoicos, sulfitos, butil-hidroxi- anisol (BHA), butil-hidroxi-tolueno (BHT) e tartrazina.
O meu médico disse que tenho alergia ao corante amarelo (Tartrazina). É verdade?
Talvez o aditivo mais conhecido, a Tartrazina já esteve associada a episódios agudos de asma em indivíduos sensíveis ao ácido acetilsalicílico. Este conceito foi abandonado devido à completa falta de evidências de que a tartrazina faria reação cruzada com anti-inflamatórios não hormonais. Portanto, dieta isenta de tartrazina, hoje em dia, praticamente não se indica mais.
Com saber se sou alérgico a corantes?
Não existem métodos laboratoriais confiáveis que possam servir como parâmetro para a investigação destas supostas alergias.
O prick test (teste alérgico mais comum realizado no consultório dos alergistas) também não está indicado na investigação.
A única maneira de se fazer o diagnóstico é por intermédio do teste de provocação oral, onde deve-se reproduzir os sintomas mediante a oferta do alimento suspeito sob observação do médico especialista.
Alimentos coloridos são mais atraentes aos olhos
Matéria por
Guilherme Soares Guerra
Alergologia e Imunologia CRM/PR: 17136 | RQE: 11450 | Umuarama