Nódulos com surgimento recente, dolorosos, móveis, associados a febre e dor de garganta são os mais comuns, e refletem inflamação dos linfonodos cervicais devido ao processo infeccioso. Neste caso, os nódulos tendem a diminuir de tamanho e se tornar imperceptíveis em dias ou semanas após a resolução da infecção.
O aparecimento de nódulo no pescoço, o popular caroço ou íngua, é motivo de muita preocupação nos pacientes e familiares, sendo uma queixa muito frequente no consultório do otorrinolaringologista. O nódulo pode ser a manifestação de diversas doenças, como infecções, câncer e alterações congênitas. Seu diagnóstico é baseado no exame físico e na história clínica do paciente, podendo, em alguns casos, ser complementado com exames de imagem.
Para a correta avaliação do nódulo deve-se levar em conta o tempo de surgimento e os sintomas associados, além de informações como idade do paciente, localização no pescoço, tamanho e consistência do nódulo.
Nódulos com surgimento recente, dolorosos, móveis, associados à febre e dor de garganta são os mais comuns, e refletem inflamação dos linfonodos cervicais devido ao processo infeccioso. Neste caso, os nódulos tendem a diminuir de tamanho e se tornar imperceptíveis em dias ou semanas após a resolução da infecção. Nódulos não dolorosos, endurecidos, pouco móveis, com crescimento progressivo de semanas a meses, associados a engasgos, dificuldade ou dor ao engolir, rouquidão e dor de ouvido, sempre devem ser avaliados quanto a possibilidade de se tratarem de uma doença maligna (câncer). Levando em conta a idade dos pacientes, na faixa etária pediátrica (até os 15 anos de idade) e no adulto jovem (16 aos 40 anos), as doenças infecciosas/inflamatórias compreendem a maior parte dos diagnósticos, destacando-se a inflamação dos linfonodos do pescoço devido ás infecções bacterianas e virais. Na faixa etária do adulto/idoso (acima dos 40 anos) destacam-se as neoplasias (câncer), na maioria das vezes como manifestação da disseminação (metástase) do câncer através dos linfonodos.
A localização do nódulo, dependendo da subdivisão no pescoço, pode auxiliar na identificação da doença associada. O local mais comum de desenvolvimento de nódulos é a região submandibular e reflete, na maioria dos casos, o aumento de linfonodos relacionados à infecção da garganta. Quando o nódulo surge no compartimento central do pescoço, na sua região inferior, podemos estar frente a doenças da tireoide, já quando o nódulo surge na região mais superior da região central, pode- -se tratar de um cisto tireoglosso, que é uma alteração congênita. Ainda, o aparecimento de nódulos próximos à região anterior da orelha ou embaixo da mandíbula podem estar associados a doenças das glândulas salivares.
O exame físico costuma ser sistematizado, avaliando-se na palpação do nódulo o seu tamanho, consistência, mobilidade, limites, presença de pulsação, dor, movimentação à deglutição e ao colocar a língua para fora da boca. Os exames de imagem são úteis, especialmente a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, pois permitem além de identificar o nódulo, verificar se há algum órgão no pescoço comprometido, estipular o tamanho da lesão e estudar as estruturas vizinhas.
Portanto, sempre que o paciente identificar algum nódulo no pescoço que esteja trazendo desconforto ou que simplesmente chame a atenção, sugere-se que procure um médico especialista, a fim de esclarecer as dúvidas e fazer o diagnóstico correto, e com isso, definir a conduta, que em alguns casos pode ser a cirurgia.
Matéria por
Marcelo Eduardo Cortina
Otorrinolaringologia CRM 7694 | Sinop