A depressão na adolescência é uma doença que muita das vezes é compreendida pelo meio familiar e outros grupos como uma forma de chamar atenção.
Se você pensa ou já pensou assim fique atento, à depressão na adolescência é coisa seria e se não for tratada adequadamente pode causar consequências como suicídio, abuso de drogas e outros problemas sérios na vida dos adolescentes.
Em uma rápida busca pela internet podemos encontrar inúmeros significados para a palavra adolescência que está sempre associada às palavras: “transição” e “crescimento”. Este período é marcado por inúmeras alterações psíquicas e físicas, sempre acompanhada de muitas dúvidas e medos do que está por vir. Porque esta é a fase que este adolescente busca uma independência, autonomia e maturidade.
É neste período onde estes jovens e adolescentes se distanciam do grupo familiar e buscam a compreensão, aceitação e segurança de indivíduos com a mesma faixa etária. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define a adolescência como a faixa etária de 12 aos 18 anos de idade, porém, recentemente alguns cientistas têm defendido a adolescência até os 24 anos de idade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) um a cada cinco adolescentes enfrenta desafios de saúde mental. A OMS ainda afirma que a grande maioria dos transtornos mentais entre adolescentes não é diagnosticada nem tratada e que consequentemente isso colabora para o crescimento dos índices de suicídios e abuso de substâncias psicoativas.
Alguma das características clínicas da depressão na adolescência podem ser a irritabilidade constante, falta de autoestima, tristeza, sentimento de inutilidade e incompreensão, afastamento ou isolamento de atividades sociais, baixo rendimento escolar, insônia e distúrbios de sono, extrema angustia, pensamentos pessimistas, pensamentos frequentes sobre a morte entre outros sintomas. Estas características podem ajudar professores, pais, e amigos próximos a identificar o problema.
Vale ressaltar que não existe uma causa única para a depressão. Este distúrbio normalmente sempre aparece com a combinação de diversos fatores internos e externos como a dificuldade em lidar com situações desafiadoras, histórico de depressão na família e até distúrbios hormonais.
O tratamento geralmente é feito por meio da psicoterapia (onde este adolescente pode conversar abertamente com um psicólogo e tratar de seus medos, angustias e dilemas) combinado com atendimento psiquiátrico que se faz necessário porque a doença também afeta o cérebro e as conexões neurais dos jovens, levando a um bloqueio nas regiões responsáveis pelas sensações de prazer, felicidade e satisfação, por exemplo.
Provavelmente você pode ter um adolescente que é seu filho, amigo, aluno ou conhecido. Caso note algo diferente converse, ampare, ouça o que ele tem a dizer, ofereça seu apoio e jamais trate a depressão como frescura. A compreensão, apoio, amor e respeito fará toda a diferença no processo de acolhimento deste adolescente que está em vulnerabilidade psíquica.
Matéria por
Marlucia Teixeira Castilho
Psicólogo CRP/MT 18/03047 | Rondonópolis
Antônio Marcos Lima Vieira
Psicólogo CRP/MT 18/03359 |