O MAL QUE CURSA COM A LONGEVIDADE CADA VEZ MAIOR DAS MULHERES
Meningiomas são tumores originários das meninges, tecidos que revestem e protegem o sistema nervoso central.
Atualmente, ele tem uma incidência de 30-35% entre os tumores intracranianos primários, tendo assumido a posição de maus, comum entre estes, segundo alguns estudos, à frente dos gliomas. São tumores benignos em sua grande maioria, com alguns tipos associados à malignidade e de pior evolução.
Muitos dos meningiomas são assintomáticos e incidentais, sendo relatados como achados incidentais de necropsia em até 1,5% dos pacientes. Acometem, principalmente, pessoas de média idade e mais idosos, com pico na 6ª e 7ª década de vida, sendo o sexo feminino majoritariamente acometido.
Os sintomas dependem do local onde está a lesão e são diversas as localizações possíveis. Na região frontal, por exemplo, podem causar perda da visão, de olfato e alteração de comportamento. Na região posterior da cabeça, podem cursar com alterações da coordenação; na base do crânio, podem causar alteração de nervos cranianos, como dificuldade para falar, deglutir ou movimentar a língua. Dor de cabeça, vômitos, perda de força e sensibilidade também são sintomas possíveis. Praticamente, qualquer sintoma neurológico pode ser encontrado. Sendo lesões de crescimento lento, não é incomum serem diagnosticadas em tamanhos consideravelmente grandes.
A causa da maioria dos casos não está bem estabelecida, mas certamente células defeituosas da membrana apresentam uma susceptibilidade genética para se multiplicarem de modo desordenado. Sabe-se que meningiomas podem surgir a partir de sessões de radioterapia do sistema nervoso central, mas casos assim são raros de associação comprovada difícil. A influência hormonal na formação dos meningiomas ainda não está bem estabelecida, mas estudos ainda não concluídos procuram comprovar a existência de uma seleção similar ao que a Hiperplasia Prostágica tem, como o avançar da idade nos homens. Ou seja: quanto mais se avança a idade, maior a chance de ser ter um meningioma intracraniano.
Os casos familiares também são raros e estão ligados a síndrome genéticas, como a neurofibromatose. A cirurgia é o tratamento mais eficaz para esse tipo de tumor e, geralmente, é possível a remoção total com a cura da doença. Algumas vezes, estas lesões apresentam difícil tratamento, ou por serem aqueles raros casos malignos ou devido ao complexo acesso cirúrgico, como os meningiomas petro- cliviais, esfeno-orbitário e do seio cavernoso; nestes casos outros tratamentos como a radioterapia podem ser utilizados.
O objetivo principal de qualquer intervenção neurocurúrgica é a preservação da função neurológica. Se já houver algum déficit neurológico antes da cirurgia, há necessidade de se discutir muito bem, com o neurocirurgião, as chances de recuperação total. O seguimento clínico pode recidivar décadas após sua ressecção, devendo ser monitorados com exames de imagens seriados.
Matéria por
Fábio Viegas
Neurocirurgia CRM/PR 25.867 | RQE 19049 | Ponta Grossa