Endometrioma é uma doença inflamatória benigna localizada no ovário e que ocorre por causa da presença de tecido endometrial (camada interna do útero que menstrua, sangra mensalmente) ectópico (fora do útero), denominado endometriose.
Os endometriomas contêm, em seu interior, um líquido marrom escuro semelhante a chocolate derretido; por este motivo são conhecidos como “cistos de chocolate”. Quando esse cisto se rompe, o seu conteúdo se espalha pelo abdômem inferior, na superfície do útero, bexiga e intestino podendo causar aderências entre esses órgãos devido a um processo inflamatório. Além disso, a paciente sente fortes dores pélvicas.
O diagnóstico do endometrioma pode ser sugerido por uma ultrassonografia pélvica endovaginal, que normalmente deve ser repetida, após outro ciclo menstrual ou após uso de anticoncepcional (Lopez et. al.,2000) para diferenciar esta doença de um cisto hemorrágico ou de um cisto de corpo lúteo. A ressonância nuclear magnética da pelve pode também sugerir este diagnóstico, inclusive de endometriose profunda, pois vários estudos demonstram que o endometrioma pode ser um sinal indireto de comprometimento mais avançado da endometriose (Dubuisson et. al., 2003).
O diagnóstico definitivo ocorre somente através do estudo histopatológico (anatomopatológico) do material retirado durante uma cirurgia, preferencialmente por via laparoscópica (Lopez et. al., 2000).
Alguns trabalhos demonstram um risco de malignidade, que gira em torno de 0,7% (Nishida et al., 2000). Portanto, deve-se ter um cuidado maior em pacientes com endometriomas com modificação rápida ou algumas características não muito comuns na ultrassonografia ou ressonância.
O tratamento do endometrioma é feito através de medicamentos e/ou cirúrgico, dependendo da severidade dos sintomas e do tamanho do cisto. A conduta de aguardar pode ser uma opção, principalmente em cistos menores de 3 cm e com pouca ou nenhuma sintoma de dor.
No tratamento cirúrgico, normalmente, os melhores resultados acontecem com a retirada da cápsula do cisto, pois a permanência da mesmo aumenta a recorrência do endometrioma (Dubuisson et. al., 2003). Alguns estudos relatam alteração (diminuição) no número de folículos (óvulos), quando da retirada da cápsula, pois neste tecido também existem folículos. Porém, deve-se considerar que tal tecido apresenta alteração citológica e que , portanto, já não é semelhante ao tecido ovariano normal.
A escolha do tratamento cirúrgico, medicamentoso e até mesmo conservador depende de vários fatores, tais como: tamanho do cisto, sintomas e desejo de uma possível gravidez da forma natural e/ou através de fertilização in vitro ( bebê de proveta).
Converse com a seu ginecologista e veja qual a melhor conduta para o seu caso.
Matéria por
Francisco Carlos de Oliveira Lopes
Clínica Ginevita
Ginecologia e Obstetrícia CRM/PR: 14923 RQE: 8323 | Londrina