Estilizar os cabelos com franja para disfarçar a testa aumentada agora não é mais uma das únicas estratégias para esse incômodo. A cirurgia para diminuição da testa (fronte) é um recurso eficaz para retorno da simetria da face e melhora da autoestima. A linha frontal (front line) é a região da face que produz o padrão estético de “moldura do rosto” e quando o recuo desta linha é evidente, ocorre uma desproporção de medidas harmônicas da face.
VISAGISMO X DIMINUIÇÃO DA TESTA Embora tenham registros na história de que a testa alta e/ou larga representa grande energia intelectual, imaginação ampla e aptidão para observar bem, etc.; na prática, o que essa característica muitas vezes provoca, de acordo com queixas dos próprios pacientes é: retração social, sensação de inadequação, entre outros fatores que interferem negativamente na autoestima gerando questões psicológicas a serem sanadas. As diretrizes estabelecidas num passado longínquo acerca de padrões estéticos e de proporção facial e corporal foram e ainda são um guia para artistas plásticos em suas obras de arte, porém não dizem respeito à realidade; em se tratando de visagismo, os conceitos mais atuais tendem a levar a harmonização não a um padrão, mas a respeitar as características individuais de cada um observando sempre a funcionalidade e não somente a estética. Indo um pouco mais além, haja vista a evolução desses conceitos, quando estamos lidando com questões que ultrapassam esses limites e chegam no âmbito: “isso é um problema para mim e gostaria de resolvê-lo”, cabe ao profissional avaliar acuradamente para se certificar se há indicação para o procedimento, assim como verificar se o(a) paciente preenche os requisitos para ser submetido à cirurgia.
IMPLANTAÇÃO DE FIOS EM REGIÕES NUNCA ANTES “HABITADAS” PARA DIMINUIR A TESTA
O desenvolvimento e modernização das técnicas em transplante capilar promovem hoje em dia, o que a ciência antigamente não acreditava ser possível: criar novos poros (óstios foliculares) através de micro incisões coronais na área receptora e transplantar fios viáveis da nuca de uma pessoa que ficou com a testa aumentada pela evolução de um quadro de calvície ou mesmo aquelas que já nasceram com a testa grande e simplesmente desejam diminuí-la
A área doadora (nuca e têmporas) se constitui pelas regiões que não possuem o código genético para a calvície e são consideradas zonas seguras de extração folicular para implantação, mesmo em regiões nunca habitadas por cabelos anteriormente.
FORMAS DE DIMINUIR A TESTA CIRURGICAMENTE
Existem duas maneiras de atingir este objetivo: A primeira é através do transplante capilar, conforme relatado acima, sendo realizado pelo microimplante de unidades foliculares (FUE Robótica ou Manual). A técnica consiste na retirada dos cabelos da região doadora (safe donor area) onde existem fios em maior quantidade e com melhor qualidade sem sofrerem a ação do hormônio da calvície, a Dihidrotestosterona (DHT). A Follicular Unit Extration (FUE) é a for ma mais atual de se fazer o transplante capilar; através dela, as unidades foliculares são extraídas uma a uma, seja pelo punch robótico ou o manual de 0,7 mm de diâmetro, em média, a fim de serem transplantados para as regiões a serem tratadas. Os pequenos orificios da nuca resultantes da extração são tão diminutos, que ao cicatrizarem ficam imperceptíveis a olho nu; devido a isso, podemos chamar de técnica sem cicatriz linear ou sem cicatriz aparente. É uma cirurgia bastante procurada por homens e mulheres.
A segunda é através da frontoplastia, indicada em casos extremos (corresponde a cerca de 2% das cirurgias para este fim) e consiste em intervenção através de uma incisão ao longo de toda a linha capilar na região frontal, onde se descolam os tecidos moles da testa subtraindo o excesso de pele e tecido subcutâneo para conseguir a maior exérese (retirada) possível com o melhor resultado estético. A cicatriz ficará localizada na linha anterior do cabelo e, apesar de seguidos todos os critérios para um bom resultado, pode ficar mais ou menos aparente de acordo com a reação cicatricial que varia de indivíduo para indivíduo. É importante considerar, em casos mais extensos, a possibilidade de associação das duas técnicas, realizando primeiro a redução da testa e após um período em torno de seis meses, o paciente pode ser submetido ao transplante capilar
Matéria por
Gustavo Sartorato
Médico CRM 12506 | Florianópolis