A hérnia de disco lombar é o diagnóstico mais comum dentre as alterações degenerativas da coluna lombar (acomete 2 a 3% da população).
A hérnia discal lombar consiste de um deslocamento do conteúdo do disco intervertebral - o núcleo pulposo - através de sua membrana externa, o ânulo fibroso, geralmente em sua região posterolateral. Dependendo do volume de material herniado, poderá haver compressão e irritação das raízes lombares, comumente conhecido como nervo ciático, e do saco dural, representadas clinicamente pela dor conhecida como ciática.
A hérnia discal ocorre principalmente entre a quarta e quinta décadas de vida (idade média de 37 anos), apesar de ser descrita em todas as faixas etárias. Estima-se que 2 a 3% da população possam ser afetados, com prevalência de 4,8% em homens e 2,5% em mulheres, acima de 35 anos.
Por ser tão comum, chega a ser considerada um problema de saúde mundial, em decorrência de incapacidade que gera.
Apesar de se atribuir ao tabagismo, exposição a cargas repetidas e vibração prolongada, que proporcionam um risco aumentado de hérnia discal, estudos mostram que a diferença é pequena, quando a população exposta a esses fatores é comparada com grupos controle.
O fator que desencadeia a dor ciática é a compressão mecânica da raiz nervosa pela hérnia discal. Em decorrência desta, há isquemia e fenômenos que sensibilizam/irritam a membrana à dor.
Quadro Clínico
O quadro clínico típico de uma hérnia discal inclui lombalgia inicial, que pode evoluir para lombociatalgia (dor irradiada para os membros inferiores) em geral, após uma semana e, finalmente, persistir como ciática pura. Mas devido às inúmeras possibilidades de apresentação de formas agudas ou crônicas, deve-se estar atento a formas atípicas de apresentação e preparado para fazer um apurado diagnóstico diferencial.
O que é importante enfatizar é que a história natural da ciática por hérnia de disco é de resolução acentuada dos sintomas em torno de quatro a seis semanas. Por essa razão é que o tratamento inicial deve ser sempre conservador, explicando ao paciente que o processo tem um curso favorável, daí a importância da avaliação clínica e radiológica por profissional MÉDICO habilitado.
Diagnóstico por Imagem
O exame de eleição é a ressonância magnética (RM). Na RM, a hérnia é classificada segundo sua forma.
Protrusão é quando a distância da altura da hérnia é menor que a distância da base em qualquer um dos planos. Extrusão é quando a distância da base é menor que a altura da hérnia, e sequestro, quando não há continuidade entre o material herniado e o disco intervertebral.
Tratamento
A hérnia de disco lombar é uma condição que apresenta natureza benigna; a finalidade do tratamento é aliviar a dor, estimular a recuperação neurológica, com retorno precoce às atividades da vida diária e ao trabalho.
O tratamento conservador inclui fisioterapia, principalmente através de exercícios e alongamentos, sempre associado à utilização de analgésicos e anti-inflamatórios.
Uma alternativa para ajudar o tratamento conservador é o bloqueio da raiz afetada com anestésico e corticoide, que atua diretamente sobre a hérnia, reduzindo seu volume, e sobre a raiz, reduzindo a sua resposta inflamatória e conseqüentemente, redução da dor.
O objeto do tratamento cirúrgico é a descompressão das estruturas nervosas. As indicações do tratamento cirúrgico são:
Absolutas: Síndrome de cauda equina – lesão por compressão neural grave que cursa com dor lombociatica grave, perda de controle vesical e intestinal e anestesia da região perineal ou déficit neurológico – perda de força de membros inferiores.
Vale ressaltar que hoje disponibilizamos a cirurgia de hérnia de disco tradicional (microdiscectomia e a cirurgia minimamente invasiva) discectomia endoscópica da coluna, que permite retorno precoce às atividades diária e alta hospitalar precoce no mesmo dia da cirurgia.
Matéria por
Daniel Labres Da Silva Castro
Cirurgia da Coluna CRM/GO 12999 | RQE 7551 | Goiânia