Segundo a Associação Brasileira de Fisioterapia Pélvica (ABFP):
“A Fisioterapia Pélvica é reconhecida mundialmente, envolve o estudo, prevenção e tratamento dos distúrbios cinético-funcionais intercorrentes na pelve humana. Com destaque para as disfunções pélvicas, anorretais, urinárias e sexuais, na mulher, homem e criança.
O assoalho pélvico é uma estrutura complexa, formada por músculos, ligamentos e fáscias. Localiza-se na pelve, entre o osso púbis e o cóccix. Tem as funções de suportar os órgãos pélvicos (bexiga, útero e reto) em suas posições anatômicas, manter a continência urinária e fecal, e tem um papel primordial na função sexual. As disfunções do assoalho pélvico nem sempre estão relacionadas com a idade e o envelhecimento. Podem ocorrer em homens, mulheres e crianças.
Com relação a incontinência urinária, aproximadamente entre 15% e 30% da população acima de 60 anos apresenta algum grau de incontinência, sendo que nas mulheres a incidência é duas vezes maior que nos homens.
A perda de urina pode causar problemas sociais, higiênicos, sexuais, levando a pessoa ao isolamento social e até mesmo à depressão.
A fisioterapia pélvica é reconhecida como primeira linha no tratamento das disfunções dos músculos do assoalho pélvico.
O assoalho pélvico em disfunção pode levar a diversos sintomas, como:
– Incontinência urinária de esforço: Perda de urina quando tosse, espirra, pula e durante a risada;
– Hiperatividade vesical (bexiga hiperativa): Vontade constante de ir ao banheiro mesmo com pouca urina; – Incontinência urinária de urgência: Quando perde urina antes mesmo de conseguir chegar ao banheiro;
– Incontinência urinária após prostatectomia radical (retirada da próstata);
– Incontinência fecal e de flatos: Perda de fezes e gases;
Constipação ou prisão de ventre: Dificuldade em defecar;
Disfunções sexuais masculina e feminina como dor, disfunção erétil, problema de desejo, excitação
Técnicas fisioterapêuticas aplicadas no tratamento das disfunções do assoalho pélvico:
• Biofeedback Eletromiográfico- A utilização do Biofeedback Eletromiográfico no treinamento do assoalho pélvico tem como vantagens capacitar o paciente a identificar os músculos a serem trabalhados, aumentar a percepção sensorial, reestabelecer a coordenação e o controle motor voluntário , resultando numa melhora funcional e, consequentemente, dos sintomas.
Utilizando eletrodos de superfície e ou intracavitários, que captam a atividade elétrica das fibras musculares dos músculos do assoalho pélvico, o Biofeedback eletromiográfico permite uma leitura e interpretação em tempo real das disfunções pélvicas, através de sinais auditivos e/ou visuais.
• Treinamento dos músculos do assoalho pélvico - através de exercícios específicos , o paciente consegue identificar os músculos e realizar um treino individualizado para a disfunção apresentada.
• Terapia manual-Visa a propriocepção muscular, a melhora da fibrose causada por cicatrizes, liberação de pontos gatilhos e o relaxamento muscular. Também faz parte deste trabalho a conscientização da contração muscular e desenvolvimento de força.
• Eletroestimulação – utilizada tanto para melhorar os quadros álgicos e tambem para fortalecimento muscular.
• Terapia comportamental - através de modificações comportamentais , o paciente é orientado a controlar a ingestão de líquidos durante o dia e à noite, controlar os intervalos entre as micções, diminuir o consumo de café, chá, refrigerantes, álcool, controlar a alimentação, através do consumo de alimentos mais saudáveis e ricos em fibras,, como frutas, verduras diminuindo o peso corporal e melhorando os hábitos intestinais e a realizar atividade física.
A fisioterapia pélvica não só trata como previne e promove uma significativa melhora na qualidade de vida das pessoas.
Se você apresenta alguns destes sintomas procure um Fisioterapeuta Pélvico. Tratar e prevenir sempre!
Matéria por
ROBERTA RUIZ
Fisioterapeuta CREFITO 10 38482 | Florianópolis