Nesta matéria abordaremos as Distrofias Corneanas, problema que acomete muitos pacientes, mas nem sempre é diagnosticado adequadamente.
Primeiramente, definiremos o que é Córnea: é uma estrutura transparente, localizada na superfície anterior do olho, com função refrativa, como uma lente, e protetora, impedindo a passagem de microorganismos ou corpos estranhos. Pode ser dividida em 3 partes: epitélio, estroma e endotélio. É importante saber esta divisão, pois as Distrofias são classificadas de acordo com sua localização.
As Distrofias são alterações estruturais e genéticas, de aparecimento espontâneo, geralmente bilaterais, estacionárias ou lentamente progressivas, na qual ocorre aparecimento de opacidades, devido à presença de material acumulado em suas diferentes camadas. Os sintomas, idade de aparecimento, progressão e hereditariedade, diferem dependendo do tipo de distrofia, sendo mais comum na segunda década de vida.
Classificação
1- Distrofias anteriores: são aquelas que acometem a camada mais externa da córnea (epitélio):
• Microcistica;
• Reis Buckler;
• Meesmann.
2- Distrofias estromais: acometem a camada intermediária (estroma):
• Lattice;
• Macular;
• Granular.
3- Distrofias posteriores: atingem as camadas mais internas da córnea (endotélio):
• Fuchs;
• Posterior Polimorfa;
• Cristalina de Schnyder.
Alguns pacientes portadores de distrofias podem ser assintomáticos, mas os sintomas podem variar desde fotofobia (sensibilidade a luz), sensação de corpo estranho, embaçamento, e dor, podendo ir de leve a intensa.
O diagnóstico dever ser suspeitado quando o paciente apresenta tais sintomas, acompanhado do aparecimento de opacidades corneanas, as quais surgiram de modo espontâneo, sem relação com traumas externos. O exame de biomicroscopia confirma o diagnóstico, e uma vez feito, os familiares devem ser examinados, devido a hereditariedade. Análises genéticas podem determinar o correto diagnóstico.
O tratamento varia de acordo com a intensidade dos sintomas e do tipo da distrofia. Pacientes com sintomas leves ou assintomáticos podem não necessitar de tratamento, apenas acompanhamento oftalmológico. Em sintomas mais intenso, colírios e pomadas de antibióticos e anti-inflamatórios são recomendados, podendo haver indicação de laser ou mesmo transplante de córnea. O uso de lentes de contato e lubrificantes também são usados em casos de aparecimento de erosões epiteliais.
Matéria por
Rony E. B. Donega
Oftalmologia CRM/PR 18215 RQE 10652 | Maringá
Gustavo B. Siqueira
Oftalmologia CRM/PR 19056 | RQE 11635 |